segunda-feira, dezembro 14, 2009

Encerrando 2009



Não se voltarei a postar neste ano. Portanto, gostaria de dedicar esse post a todas as pessoas que acessaram o Politinia e que contribuiram para dar a esse blog um caráter mais profissional. Fiquei muito feliz com a chegada do twitter e esse foi um fator preponderante para o surpreendente número de acessos que tive no decorrer de 2009.

Cada comentário, crítica ou sugestão dados serviram para consolidar a ideia de fazer deste blog um pontapé inicial para a discussão sobre temas importantes do nosso cotidiano. Ultrapassar a marca de 12.000 engrandece o Politinia e me deixa cheio de vontade de seguir em frente.

Altos e baixos fazem parte da história do então Polítika & Cidadania, hoje Politinia. Contudo, tenho a certeza de que 2010, assim como 2009, será um ano de muitas discussões interessantes e de muito amadurecimento profissional para mim.

Espero contar com os acessos de todos vocês e como eu sempre digo: Até mais!

terça-feira, dezembro 01, 2009

Um dia da caça....


E o jogo virou. A oposição que há pouco tempo estava numa posição confortável, pronta para dar o bote em qualquer falha do governo, agora vive um novo momento. DEM e PSDB estão apreensivos desde a revelação dos vídeos envolvendo propinas no governo do Distrito Federal, tendo como ator principal o governador o "demo" José Roberto Arruda.

A operação "Caixa de Pandora", que revelou uma espécie de mensalão para integrantes do DEM do DF, acabou parcialmente com a imagem de Arruda. Digo isso porque não sabemos o que estar por vir para o ano que vem. O governador chegou até a ser cotado para ser vice na chapa presidencial tucana de 2010.

Alegar que a propina recebida seria destinada à compra de panetones foi uma piada de muito mau gosto. Mais uma vez, todos nós lemos, ouvimos e assistimos a essas notícias e já ficamos esperando o próximo capítulo que está por ser escrito, ou mesmo revelado.

É impressionante como a cena política muda de uma hora pra outra. Agora o PT vive um momento de conforto, assistindo de camarote os seus principais adversários ruirem e com provas contra as quais não há argumentos. Mas até 2010 muita coisa está por vir, pode aguardar.

Na Bahia, o governador Jacques Wagner também assiste em uma posição privilegiada os desdobramentos da operação "Expresso", que tem revelado esquemas de pagamentos ilegais a correligionários do ministro e pré-candidato ao governo baiano, Geddel Vieira Lima. Ele, Geddel, fazia parte da base do governo petista na Bahia, mas há alguns meses já se coloca como um segundo palanque para Dilma Roussef no estado. O embate entre os dois é forte e muita água vai passar por baixo dessa ponte.

Acredito que de ambas as partes da política muita coisa ruim ainda aparecerá antes do pleito do próximo ano. É triste imaginar esse cenário, mas pior é acreditar que a realidade é outra, pois não é mesmo.

Governo e oposição farão de 2010 um ano marcante no cenário eleitoral. O marketing político atuará como um elemento crucial nesse processo. Imagens serão construídas, outras destruídas e assim caminha a política. Panetones, propinas e muitos outros ingredientes ainda ~entrarão no caldeirão político. Qual será o próximo episódio? Quem será o vilão e o mocinho? Difícil responder, mas uma coisa é certa: o povo que paga a conta por isso tudo.

Enquanto Lula e seus aliados riem à toa, algo novo está por vir. Não perca o próximo episódio.

quinta-feira, novembro 12, 2009

Castelo de areia


O bombardeio começou!!! Calma, calma! Não é nada disso que vocês estão pensando. Estou falando da campanha eleitoral de 2010, que apesar de estar longe, já bate na porta de todos nós. Não quero aqui escolher um lado certo ou errado, mas vou tentar deixar minha opinião sobre o que tenho sentido nesse panorama.
A grande imprensa, que é formada pelos veículos de comunicação mais representativos do país, em TV, Rádio, Impresso e Internet, tem de forma clara mostrado sua tendência a sempre tentar colocar o governo Lula em uma posição desconfortável diante da opinião pública. Vou me ater a dois fatos recentes: o roubo da prova do Enem e o apagão ocorrido essa semana.

Com a intenção de manchar a imagem do presidente “paz e amor”, o chefe de Estado com maior aceitação popular da história “deste país”, como ele mesmo diria, a grande mídia tem claramente mostrado seu interesse em desfavorecer a imagem do executivo, trazendo à tona factóides que tendem a um sensacionalismo e se esvaem pelo fato de que não existe nada de concreto. Especular tem sido a saída para atrair audiência e ter o que falar no noticiário.

Alguém pode estar lendo esse post e pensando: “Esse cara deve ser um petista roxo (melhor vermelho mesmo) e fica tentando disfarçar”. Não é isso. Acho que muitas coisas que realmente aconteceram, tendo o mensalão e a permanência de Sarney na presidência do Senado como grande expoentes, demonstraram que o governo Lula está longe de ser um referencial de honestidade e de compromisso com o povo.

Voltando ao ponto de discussão que proponho aqui, creio que as abordagens dadas ao roubo da prova do Enem e ao apagão acontecido nessa semana possuem um alvo certo: Dilma Rousseff. A possível candidata do PT para a disputa eleitoral de 2010 já começa a sentir na pele o campo minado pelo qual terá que pisar antes do pleito e depois dele, caso ganhe. Dilma me vem na minha cabeça como uma escultura de areia que o artista Lula vem moldando e aprimorando para o dia 3 de outubro de 2010.

O roubo da prova do Enem foi muito mais um problema de má índole de pessoas que queriam ganhar dinheiro com o objeto obtido. No caso do apagão, acredito que problemas técnicos acontecem em qualquer canto do mundo. Esses são apenas dois dos inúmeros fatos que virão por aí a fim de desmoronar o castelo de areia que foi esculpido no decorrer dos 8 anos do governo Lula.

Pior do que a chuva de manchetes sobre esse assunto, só mesmo a ridícula cobertura sobre a vinda de Madonna ao Brasil. Mas não vou nem perder meu tempo pra falar de uma criatura deplorável como ela.

Bom, acho que deixei meu recado e abri caminho para uma discussão. Somos parte do castelo de areia, por isso não deixe de comentar. Olho vivo nas eleições e na cobertura da mídia. Quanto mais informações, melhor? Nem sempre. Até mais!

quinta-feira, outubro 29, 2009

Buracos e incompetência!



"Pense num absurdo, na Bahia tem precedente". A célebre frase do então governador Otávio Mangabeira, que geriu o estado de 1947-1951, caiu como uma luva para um tema muito discutido na opinião pública: a situação das estradas brasileiras e por tabela, as baianas.
Aqui na Bahia, as estradas federais e estaduais estão cada vez mais entregues às baratas, ou melhor, aos buracos. O investimento feito pelo Poder Público não é proporcional à necessidade de revitalização, manutenção e criação de novas alternativas para a malha rodoviária baiana.
À exceção da Linha Verde, que foi privatizada e está em um ótimo estado de conservação, as estradas baianas, dentre elas a BR-324 e a BA-093 (tenho conhecimento de causa) são bons exemplos de como temos que lidar com péssimas rodovias quando queremos viajar ou mesmo trabalhar, como é o meu caso.
O que agrava ainda mais essa situação é a imprudência no trânsito, assunto que já foi pauta aqui no Politinia. Além de ter que desviar das crateras, nós ainda temos que lidar com as ultrapassagens pela direita, com a alta velocidade, sem contar o consumo de álcool, que reduziu com a Lei Seca, mas ainda está em alta.
As duas rodovias que citei, por coincidência, já estão em um processo de licitação para serem privatizadas. A BR-324 e a BA-093 possuem um grande fluxo de veículos que se deslocam da capital baiana para os mais diversos pontos do país. Quando o governo toma uma atitude como essa, na minha opinião, está assinando um atestado de incompetência e de ingerência sobre o que é o seu dever.
Para completar o espetáculo, uma pesquisa da CNT - Confederação Nacional dos Tranportes - constatou que 70% das estradas no Brasil, incluindo nesse panorama as estaduais, federais e privadas, possuem avaliações negativas: ruim, péssima ou regular. O que torna essa situação bastante indigesta é o fato de que o valor que os motoristas pagam de IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores), além de ser abusivo, não se reflete em políticas para a malha rodoviária. A própria palavra já diz tudo: algo que é feito a partir de uma imposição, que nos é imposto.
A Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia tenta implantar uma maneira de sujar o nome das pessoas que porventura não poderão pagar o IPVA, enviando-os pro Serasa. Deveríamos era manchar o nome de quem não sabe gerir o dinheiro que recebe, ou melhor, sabem sim, mas não para o interesse público.
Enquanto esse dia não chega, continuaremos desviando dos buracos e percalços que nos são colocados desde que Cabral aqui chegou. Cuidado pra não cair! Até mais!

quarta-feira, outubro 21, 2009

Um pedido de todos nós!


Como é que eu faço pra começar esse post? Há tantas coisas pra dizer, mas confesso que está difícil definir o caminho. Quando em 2006 resolvi montar esse blog para falar de política e de cidadania, tinha em mente que traria discussões mais leves e outras que mexeriam comigo e com os meus possíveis futuros “seguidores” – adoro essa terminologia. Procuro sempre trazer coisas do cotidiano que de certa forma mexem comigo para que eu possa deixar minha humilde opinião. Vamos ao que interessa.

Há pouco menos de um mês, decidi assistir ao filme Salve Geral, candidato brasileiro ao oscar de melhor filme estrangeiro, dirigido por Sérgio Rezende e estrelado pela versátil Andréa Beltrão. O enredo é baseado na história de uma mãe que vê seu filho ser preso após ter se envolvido em uma briga que resultou em um homicídio. Lúcia, a personagem de Beltrão, que passa por sérias dificuldades financeiras, acaba se envolvendo com o PCC (Primeiro Comando da Capital), uma organização comandada por detentos, que possui uma estrutura organizada montada fora dos presídios e que na época, em troca de certos favores vindos do Estado, mostrou sua força com ações que aterrorizaram a cidade de São Paulo.

Lúcia, que é advogada, mas sobrevive das poucas aulas de piano que dava, encontra no PCC uma fonte de renda e um meio de manter seu filho, Rafael, em uma posição mais confortável dentro do presídio. Essa construção de um personagem que duela entre a lei e o crime reflete de maneira muito interessante o que somos hoje. Sempre queremos arranjar um meio de nos beneficiar. É o mundo capitalista.



O realismo que o diretor Sérgio Rezende imprimiu no filme mexeu com minha cabeça e confesso que no caminho de volta do cinema fiquei com medo de sofrer algum tipo de atentado, como aqueles que fizeram São Paulo parar em maio de 2006.
Já falei da violência aqui no Politinia, mas uma nuance que me impressionou no filme foi o poder de organização que o crime tem hoje. A capacidade de comprar armas, de exercer influência e de se comunicar faz com que se constitua um verdadeiro poder paralelo, que já se alastrou por todo país.

Uma prova clara desse poder do crime organizado que chamou atenção da opinião pública foi justamente a ação dos traficantes do Morro do Macaco – RJ, que atingiram um helicóptero da PM, resultando na morte de dois policiais.

Quando me deparei com a manchete sobre esse fato, confesso que achei que estava lendo uma cena daquelas de ação de Hollywood, mas é a nossa triste realidade. Solução? Não vejo nada que possa resolver isso em um curto prazo. Todos nós sabemos que muitas vezes os representantes das leis têm uma relação direta e de condescendência com tudo isso. Resta pedir a uma força maior que nos SALVE e que isso seja GERAL!

segunda-feira, outubro 05, 2009

A roda gigante da política


Lá se vai quase um mês que eu não postava. De antemão, peço desculpas a quem esperava por algo novo e agora vou me redimir. Confesso que gostaria de ter escrito algo antes, mas me faltava um bom motivo e o Politinia nunca será uma obrigação, mas sim um ponto de encontro das minhas ideias com o meu prazer em torná-las vivas no post.
Sem mais conversas, queria falar de algo que mexeu de forma muito interessante com a opinião pública nessa semana: a vitória do Rio de Janeiro para sediar os jogos olímpicos de 2016. Como brasileiro, senti um imenso orgulho de termos vencido cidades mais desenvolvidas sócio e economicamente como Chicago, Tóquio e Madrid. Os investimentos que serão feitos visando esse imenso evento esportivo certamente podem contribuir de forma significativa para o crescimento econômico e o desenvolvimento do Brasil.
É inegável que as conquistas para sediar a Copa do Mundo e agora as Olimpíadas denotam um momento muito interessante para o Brasil no contexto internacional. A imagem do presidente Lula contribuiu de maneira decisiva nesse processo.
Há exatamente um ano, no dia 05 de outubro de 2008, o Brasil escolhia seus novos prefeitos e vereadores. Ótima coincidência. Até o momento não escrevi nada sobre o cenário político que está se formando para as eleições de 2010, mas acho que agora é o momento de arriscar algumas palavras. A possível candidata de Lula, Dilma Rouseff, atual ministra da Casa Civil, ganhou pontos importantes com a conquista do Rio para 2016, mas daí a reverter o atual quadro que a coloca como a segunda ou terceira colocada, dividindo pontos com Ciro Gomes, enquanto José Serra estaria em primeiro lugar nas pesquisas de opinião, já é outra história.
Muitas águas passarão por debaixo dessa ponte e acho muito difícil que o nosso presidente consiga, mesmo com sua aprovação de 80%, transferir votos de uma maneira massiva. Falta à Dilma o carisma e a simpatia que fazem de Lula um dos chefes de Estado mais respeitados no mundo.
Preparem os ouvidos pois a linha de discurso de Dilma será a da continuidade, mas não sei até que ponto os aspectos positivos do atual governo, como a vitória de 2016, podem ajudá-la. Além da sua figura estar longe do populismo de Lula, vale ressaltar que as inúmeras denúncias e conchavos envolvendo o PT, como no caso Sarney, também irão contar de forma negativa na sua candidatura.
Como já disse, é muito cedo para falar de 2010, mas confesso que não resisti em antecipar esse ponto. O governo agora está na parte de cima da roda gigante, podendo ver tudo de uma posição bastante privilegiada. Mas não se sabe qual será a próxima bomba que pode explodir, assim como foi a fraude do Enem que surpreendeu o país e repercutiu negativamente sobre o Ministério da Educação, que outrora era visto com bons olhos.
Acho que todos nós estamos torcendo pra uma renovação na política nesse "novo momento" de expectativas que o Brasil está imerso. Essa mudança pode começar com um voto diferenciado em 2010. O que nos resta é torcer para que 2014 e 2016 marquem uma nova era para o Brasil. O próximo ano é decisivo, mas temos que ficar atentos à roda gigante que não para de girar. A sorte está lançada. Até mais!

quinta-feira, setembro 17, 2009

Internet nas eleições: Olho aberto!


A pequena reforma eleitoral, que basicamente tenta colocar a internet como um mais um veículo de propaganda a partir das eleições de 2010, traz à tona uma importante discussão acerca da relevância que a rede mundial de computadores passou a ter dentro do cenário político.
A avalanche de portais de vereadores, deputados, câmaras e políticos de uma maneira geral é apenas uma das faces dessa onda tecnológica. Uma outra ferramenta que vem crescendo muito, cada vez mais se configurando como uma fonte de informação, tem sido o Twitter, ao qual resolvi aderir para também divulgar este blog. Neste microblog, como é conhecido, personalidades importantes ou com uma repercussão de mídia deixam pequenas frases que poderm ser lidas por aqueles que os seguem. A possibilidade de interação que o Twitter oferece tem contribuído de forma interessante para uma tentativa de aproximar alguns políticos da parcela da sociedade que usufrui da net.
Muitas vezes a liberdade que a internet oferece dá margens a duras críticas, devido às dificuldades em colocar limites e selecionar o que de fato pode ser bom ou ruim. Os políticos cada vez mais se colocam como difusores de informação, que gradativamente vêm precisando menos da mídia como um intermediário na relação com a sociedade e conseguem de forma direta alcançar um público considerável e fundamental na formação da opinião pública. Esse é o ponto em que gostaria de chegar.
Toda a facilidade de obtenção de informações para quem navega na net tem que ser ponderada, assim como também temos que abrir os olhos para o que recebemos dos meios de comunicação. Toda informação é cercada de algum tipo de interesse e o filtro que devemos ter é algo inerente à leitura.
A possibilidade de termos a internet como mais um campo de publicidade na campanha política é muito interessante, mas podemos ir muito além. Creio que se inicia aí uma tentativa real de discussão entre sociedade e candidatos sobre propostas e acho que esse é o caminho. A web tem essa capacidade de interação é acredito muito na força dessa palavra na gradual melhora do cenário político.
Teremos a possibilidade de acompanhar, debater, criticar e interagir. A campanha de Barack Obama foi um exemplo claro dessa interação, que além do marketing político intríseco, também possibilitou um conhecimento profundo sobre o candidato e um debate de ideias que acabou por eleger o atual presidente americano.
O Brasil está entre os 60 países mais conectados à rede mundial de computadores. Acho que esse fato se consolida como um termômetro interessante no que se refere à possibilidade de termos uma campanha mais embasada em discussões e com a chance de mudarmos, mesmo que de forma gradual, a realidade política do país. Sou um otimista por natureza e um admirador incondicional da internet. Acho que esse é um dos caminhos que podem fortalecer a democracia e contribuir para que a palavra representante deixe de ter aspas.

quinta-feira, setembro 10, 2009

Vivendo pela metade


Falar da violência urbana se tornou algo clichê na mídia. Parece que nós, enquanto público, nos acostumamos a ter no nosso cotidiano notícias sobre prisões, assassinatos, crimes hediondos e fazer de tudo isso mais um assunto para as rodas de conversas que temos entra amigos ou mesmo para iniciarmos uma conversa com um desconhecido no elevador ou em alguma fila, por exemplo.
Temos muitas vezes a impressão de que toda a desgraça mostrada pela imprensa é uma espécie de "ficcção" ou algo que jamais nos atingirá. Até que chega a hora e damos de cara com um assalto, um homicídio que envolve algum conhecido ou a descoberta de que tal pessoa cometeu algum crime. Esse tapa na cara que nos desperta pra realidade me ardeu e muito.
Nos últimos tempos,já passei algumas vezes, de forma indireta e indireta, por diversos tipos de situações relacionadas à violência urbana. Meu pai foi rendido por bandidos e teve seu carro roubado, presenciei um elemento tentando invadir a casa da minha namorada, tive alguns conhecidos assassinados por manterem alguma relação com o tráfico e fui agredido inocentemente em uma festa. Ontem minha irmã teve dificuldade de pegar um ônibus devido à onda de vandalismo e criminalidade que está tomando conta de Salvador. Tudo isso aconteceu só em 2009.
O que tem mexido muito com a minha cabeça é pensar no que estar por vir. Qual será a próxima tragédia? Quem morrerá? O que poderão roubar de mim?
"Viver com medo é viver pela metade", já dizia Fernando Pessoa. Sou apenas mais um brasileiro que se vê refém de um país entregue às baratas, onde a política, que deveria servir pra construir bases sólidas pra sociedade, como a educação e a geração de emprego, está repleta de pessoas que visam apenas o interesse pessoal e manter-se no poder significa passar por cima dos discursos de outrora. Acho que o bem comum passa longe dentro do jogo político atual.
Não quero e nem sei como podemos sanar o problema da violência, mas sei, como todos sabem, que a desigualdade social é um fator preponderante nesse contexto todo. É complicado ter que viver dominado pelo medo e saber que em qualquer lugar hoje estamos vulneráveis à criminalidade.
Todos nós, direta ou indiretamente, já sofremos algum tipo de violência. Hoje não adianta ser rico ou pobre. A violência urbana é o que temos de mais democrático no Brasil. Todos vivemos com a incerteza do dia seguinte, mas nunca deixamos de crer que dias,anos e séculos melhores possam chegar. Será que sonhar com um país assim é utopia? Espero que não.

quinta-feira, agosto 27, 2009

A TORRE DA MÚSICA


Acho que chegou a hora de relaxar um pouco. Pensei bastante sobre o que escrever (estou ficando muito preocupado com meu público...rsrs) e decidi deixar um ponto de vista meu sobre o preconceito. Provavelmente vocês devem estar achando que lá vem mais um daquele textos sobre questões étnicas e sociais, mas não é isso.
A narrativa bíblica sobre a Torre de Babel, erguida com o objetivo de chegar ao céu, mostra um contexto de diferença de línguas e culturas, existente na fértil região entre os rios Tigre e Eufrates. Assim também o o Brasil, plural, mas cercado de visões unilaterais.
Gostaria de falar sobre o preconceito que há sobre a preferência musical. Sinto que muitas pessoas ditas intelectuais -os verdadeiros nunca assumem que são- têm o hábito de discriminar o gosto de outros indivíduos, acreditando que certos artistas não prestam ou mesmo alguns eleitos como de vanguarda traduzem a essência da arte e o resto que se dane.
Acredito que não é bem assim. O Brasil é um verdadeiro balaio de cultura e as diversas expressões dessa identidade plural, feitas através da música, merecem ser respeitadas. Não quero dizer que não devemos ser seletivos. Não é isso. Acho somente que, nos diversos ritmos e vertentes musicais existentes, há coisas a serem valorizadas. Julgar-se melhor do que o outro por gostar de um artista enquanto o outro o detesta é um preconceito cultural que me assusta.
Ouvir de Chopin à Psirico não é uma obrigação, no entanto, desmerecer quem porventura não gosta de um artista ou de outro é sim uma atitude que eu desprezo. A música revela o que somos por dentro e essa individualidade se reflete nas escolhas que fazemos.
A Torre de Babel musical que é o Brasil nos faz pensar o quanto a diferença ainda é um obstáculo a ser superado e como essa barreira ainda nos impede nos unirmos e sermos cidadãos melhores. Há que se respeitar os operários da música brasileira e valorizar quem prima pela qualidade. Um dia chegaremos ao céu. Até mais!

quinta-feira, agosto 20, 2009

EU JÁ SABIA!!!!!


É por essas e outras que as pessoas cada vez mais se tornam céticas com relação à política. Mais um capítulo vergonhoso da história da democracia brasileira foi encerrada ontem. Depois da forte pressão feita pela mídia e da imensa repercussão que o caso teve diante da opinião pública, mais uma vez os nossos "representantes" mostraram estar pouco se importando com a honestidade e a ética no cotidiano legislativo.
Foi o próprio Conselho de Ética do Senado (não sei a razão de ter esse nome) que decidiu arquivar as representações contra a divindade José Sarney. Apesar da centena de atos secretos e provas contra esse dinossauro da política do Brasil, mais uma vez a articulação política, principalmente entre PMDB e PT, mostrou de forma clara o quanto a sociedade virou refém da corrupção.
Tenho pensado muito nas eleições do ano que vem. Acho que seria a hora de mostramos com o voto que o poder ainda está nas nossas mãos e diante disso mudar as caras, que estão lá para nos representar, mas que se aproveitam da situação para fazer o que querem.
Tenho tanta coisa pra dizer, mas acho que vou ficar por aqui mesmo. A crise política por si só já diz tudo. Até o próximo capítulo da novela mexicana vivida em Brasília!

quinta-feira, agosto 13, 2009

Pare de Sofrer! Mas não desligue a TV!


Nossa!!! Demorei pra postar de novo! Mas é que a correria tá grande e estava em dúvida sobre o tema do meu novo post. No decorrer dessa semana, me chamou bastante atenção a denúncia feita pelo Estado de São Paulo sobre todo o processo de lavagem de dinheiro da Igreja Universal e das aquisições de bens realizadas por seus líderes.
O Ministério Público, de forma consistente, apresentou minúcias de um esquema que vem sendo feito há muitos anos e que anualmente movimenta bilhões, vindos em sua grande parte do bolso de pessoas que acreditam na possibilidade de uma vida melhor e que são usadas através da fé.
Esse fato deu início a uma batalha entre a Rede Globo e a sua concorrente e fruto do império da Universal, a Rede Record. A troca de informações maliciosas de uma sobre a outra mostra o que está por trás da informação e o quanto é necessário fazer de tudo para conseguir audiência.
A Grande Imprensa, cercada dos seus interesses comerciais, traduz a necessidade de informar e ganhar dinheiro, muito dinheiro, ao mesmo tempo. Quanto mais desgraça e tragédia melhor. Pode espremer que sai sangue.
A bola da vez também tem sido a nova gripe. Ao invés de focar a população no que deve ser feito no sentido de prevenir, sinto que a contagem dos mortos ainda é o grande farol que guia a produção jornalística.
Cada vez me sinto mais feliz por usar o jornalismo para tratar de ações sociais e de transformação da vida de muitas pessoas. Em breve falarei mais sobre esta experiência e fica aí um recado: Vamos procurar o máximo possível filtrar as informações e selecionar o que vale a pena ou não.
Até mais!

sábado, julho 25, 2009

Uma manobra de consciência


Hoje me deu vontade de falar de um assunto que me incomoda muito, mas que nunca foi tema de nenhum post aqui no Politinia: O trânsito. Todo mundo sabe dos altos índices de acidentes provocados pela irresponsabilidade de muitos motoristas, pela péssima condição que as estradas brasileiras se encontram, dentre outros motivos. O que gostaria de expor nesse momento é uma outra sensação que tenho tido de uma maneira muito forte sempre que estou ao volante.
Noto há um certo tempo como as pessoas transferem a individualidade, a falta de respeito e compaixão quando estão transitando em seus veículos. O desrespeito às leis de trânsito não é fruto do desconhecimento da legislação, mas sim da necessidade que as pessoas de uma maneira geral, hoje em dia, de passar por cima dos direitos dos outros em nome dos seus próprios interesses.
Criticamos tanto a falta de ética dos políticos, mas esquecemos de exercer pequenas atitudes que podem contribuir de forma significativa para a preservação de muitas vidas. Precisamos aprender de fato aquela máxima que diz: " O seu direito acaba onde começa o do outro" e o trânsito é um primeiro passo nesse sentido.
A indústria de multas, a lei seca, os buracos, as ultrapassagens perigosas, os assaltos, as campanhas de conscientização e outros ingredientes fazem parte do cenário atual do trânsito brasileiro. A prova maior de que estamos em um momento desvirtuado no que se refere à necessidade de respeitarmos certos parâmetros é o argumento de que o cidadão tem que "sentir no bolso pra aprender".
Há dois anos fui vítima de um grave adidente, causado por um bêbado descontrolado que vinha na contramão. De lá pra cá pude entender e notar de uma forma mais clara esse descaso e como a falta de amor ao próximo é refletida em todos os âmbitos da sociedade hoje. A necessidade de sempre passar por cima do outro, a pressa, a desumanidade montam esse triste mosaico.
Acredito que mudar essa situação vai muito além de simplesmente obedecer ao código de trânsito. É preciso uma mudança de dentro pra fora. Uma faxina nas atitudes egoístas e impensadas que colocam a vida de muitas pessoas em risco. Todos estamos expostos e vale a pensar nisso. Hoje o trânsito reflete o que somos e confesso que essa imagem não é das melhores.
Até mais!

terça-feira, julho 21, 2009

"Devolva meu escudo protetor!!!"


Sempre sou um cara otimista. Adoro enxergar possibilidades positivas mesmo quando todos temem algo que está acontecendo ou prestes a acontecer. Um dos motivos que me levaram a voltar a postar textos no meu blog foi justamente um assunto que tem tirado os cabelos de muitos jornalistas por aí: a não obrigatoriedade do diploma de jornalismo para o exercício da profissão.
A impressão que tenho, desde os tempos da faculdade, é que as pessoas têm no diploma uma espécie de "escudo protetor", que os torna superiores e diferenciados diante dos demais mortais. Cansei de ouvir colegas de sala dizendo: "Não aguento mais ficar aqui. Só estou nessa porque preciso do diploma". Confesso que esses depoimentos me assustavam e eu não sabia o por quê, mas agora já sei.
Não entendi muito o frisson que os jornalistas fizeram diante da decisão do STF sobre o diploma. Até parece que o mercado está aberto e pronto pra acolher somente os advindos das faculdades. A realidade é completamente outra. O que vem prevalecendo são as indicações, e não o talento de quem, como eu, levou à sério os anos acadêmicos e se empenhou em discutir, questionar e aprender de verdade. Além disso, é perfeitamente visível a quantidade de pessoas sem o diploma em jornalismo que tem exercido a função na mídia. Será que ficamos cegos diante disso? Tenho certeza que não.
O que vem acontecendo na verdade é uma discussão vazia de quem, ao invés de procurar se qualificar e investir em um trabalho de qualidade, preferem, ou mesmo estão submetidos às regras de um jornalismo do "espreme que sai sangue", preocupado apenas com o número de mortos do fim de semana e das desgraças do cotidiano.
Precisamos lutar por um jornalismo de verdade e agora é o momento para isso. Tendo em vista que todos somos "iguais" a partir de agora, como um otimista, quero acreditar que esta é a hora de esquecer o "escudo protetor" e investir no desenvolvimento e aprimoramento pessoal.
O mercado não se abrirá totalmente às pessoas sem uma formação técnica, que é grande parte do aprendizado que se tem nas faculdades atualmente. Isto será um diferencial, mas creio que o potencial e a capacidade de estar sempre se atualizando e buscando novas fontes de conhecimento, investindo principalmente no âmbito acadêmico, será o melhor caminho para sairmos da mediocridade que domina grande parte dos profissionais que aí estão.
Esse era um desabafo que tinha a fazer. Sinceramente, torço para que os jornalistas que aí estão consigam enxergar a realidade na sua amplitude e saiam do pensamento limitado de que o diploma é a salvação para o futuro da profissão.
Até mais!

quinta-feira, julho 16, 2009

QUER UM PEDAÇO?



Todos nós cidadãos temos o direito à informação. Isso todo mundo sabe. Para mim, isso é um dever e muitas vezes ler certas notícias são frustantes, principalmete sobre alguns temas relacionados à política brasileira.
Já perdi as contas das CPIs instaladas, das investigações realizadas pela Polícia Federal e das inúmeras denúncias, que depois de ganharem uma notoriedade na opinião pública, "acabaram em pizza", ou seja, não deram em nada.
Isso é o que torna o brasileiro descrente da política e do seu poder de transformação. Há momentos em que prefiro ler sobre esporte, cultura, dentre outros assuntos, pois passo a ter a sensação de que a leitura sobre a infinita crise política que atravessamos seria uma perda de tempo.
As manobras que os grandes caciques da política e seus apadrinhados sempre dão para se manter no poder e os intermináveis recursos e desinteresse da justiça contra contribuem para fortalecer o cenário de descrença e podridão da política no Brasil.
Não consigo enxergar um caminho para a reversão desse quadro por enquanto. Meus futuros posts e a participação de vocês nos comentários contribuirão para uma discussão acerca de um assunto tão importante, que é a política e a interferência desta no nosso cotidiano.
Por enquanto só nos resta assistir o circo de horrores e a cara de pau dos nossos "representantes"! Até mais e...VAI UMA PIZZA?

quarta-feira, julho 15, 2009

Sacudindo a poeira e dando a volta por cima!

Estou feliz por ter voltado ao meu querido Politinia. 2009 está sendo um ano muito conturbado, cheio de surpresas, alegrias, decepções e esperança para mim. Como jornalista, sempre escrevi sob pressão, mesmo quando a inspiração acenava bem distante para mim como que dizendo: "Agora não! Me inclua fora dessa!rsrs"
Mas escrever em um blog é diferente. Exige muito mais que inspiração. É preciso uma verdade absoluta vindo de si. Ao longo desses anos (até parece que a minha carreira é longa) sempre tive aqui um espaço para debater política, cidadania e falar das minhas aventuras e desventuras pelo jornalismo.
Estou no começo da minha carreira e os percalços que encontramos muitas vezes nos desanimam. Mas desistir é uma palavra que não está no meu vocabulário. Escolhi o jornalismo aos 13 anos de idade, mesmo sem saber da sua dimensão, mas com a certeza de que o dom de me comunicar poderia ajudar a melhorar a vida de muitas pessoas.
Um novo momento se inicia para mim. E o Politinia, meu bom e velho companheiro, estará comigo nessa nova jornada.
Conto com vocês e até mais!