quinta-feira, agosto 11, 2011

Erros construídos por todos



Não gostaria de começar esse texto me justificando sobre a razão pela qual eu demorei tanto em voltar a escrever aqui no blog. Quem me conhece sabe que este espaço é dedicado para servir como um desabafo sempre que estou com algum pensamento que insiste em reinar na minha cabeça.

Foi justamente por essa razão que eu voltei e resolvi escrever este post. Em agosto de 2011 eu completo 8 meses na revista Metro Quadrado, uma publicação que, como vocês já sabem, fala sobre o mercado imobiliário e a construção civil.

Sempre faço pautas sobre os novos projetos de infraestrutura, empreendimentos e tudo que há de novidade com relação ao crescimento da construção em Salvador. Tem sido uma oportunidade singular para aprender e poder escrever matérias interessantes sobre o tema.

A construção civil, principalmente motivada pela Copa de 2014, tem aberto oportunidades para muita gente. A quantidade de trabalhadores que estão tendo a chance de melhorar de vida é impressionante. Percebo isso de perto quando estou fazendo alguma matéria nas obras.

Por outro lado, a demanda é muito maior do que a oferta de trabalhadores. Há um gargalo muito grande de mão-de-obra, que faz com que as obras tenham atraso, ou tenham que ser feitas em um ritmo avassalador, o que muitas vezes colocam em risco a saúde e a vida desses operários.

Estou escrevendo esse texto porque fiquei muito triste com o acidente que aconteceu em Salvador nesta semana, que ocasionou a morte de 9 operários. Até agora, 16 trabalhadores já morreram na Bahia em 2011.

Não adianta tentar ficar arranjando culpados para esta situação. A pressa para adiantar as obras gera negligência por todas as partes. O operário acha que não é importante usar os equipamentos, o técnico de segurança vacila, os órgãos fiscalizadores não conseguem atender ao volume de obras, o empresário quer resultados...enfim, os erros estão por todas as partes.

Quero acreditar que essa tragédia, que foi a maior da história da construção civil baiana, possa servir como um ponto de partida para uma mudança de concepções. Por parte dos empresários, que é preciso investir em mais treinamentos para os funcionários e tecnologias para ganhar tempo e trazer segurança nas obras. Em relação aos órgãos fiscalizadores, que eles aumentem a sua abrangência de atuação. Com relação aos trabalhadores, que eles tenham consciência de que a vida está acima de qualquer coisa.

É triste ter que acontecer algo com tamanha proporção para que possamos parar e pensar na mudança. Assim caminha a humanidade!

Até mais!