domingo, outubro 30, 2011

Coração de estudante


Olhar para cantinho e lembrar das histórias engraçadas, dos desafios, dos sonhos, do aprendizado. Voltar ao Colégio 2 de Julho, onde estudei nos melhores 3 anos da minha juventude (tô ficando velho...), foi uma experiência única. Maravilhosa. Foi lá que idealizei ser o que estou me tornando hoje. Lá fiz amigos que trago comigo como irmãos.

Há quase dez anos, desde que saí de lá, tentava ir para os eventos que reúnem os ex-alunos. Neste ano deu tudo certo. Foi muito gratificante ver como cada um já trilha o seu caminho. Estão, assim como eu, dando os primeiros passos. Buscando mais. Sempre mais.

Receber um abraço de um professor, que lembra seu nome, fala das suas histórias e diz que nunca vai esquecer da turma, é algo realmente emocionante. Fizemos shows, filme, peças e tudo mais. Pelo visto, não marcou só pra gente.

A sensação que trago é de uma força pra seguir em frente. Pisar lá no C2J me fez acreditar ainda mais que tudo pode ser como eu quero que seja. Ganhei mais força!

segunda-feira, outubro 03, 2011

Fé na vida




Enquanto escutava o som da água cair na pia, resisti em olhar para o lado. Outras pessoas faziam a mesma coisa e comecei a perceber que eu não era o único a tentar esconder o que estava acontecendo com a grande maioria ali. Vários homens que haviam acabado de sair da sala de cinema e tinham acabado de assistir ao documentário Bahêa Minha Vida, se viram na história de um clube de futebol que é muito mais que isso e não conseguiram evitar o choro. Choro? É...o Bahia realmente não se explica.

E eu não me sinto digno de falar de uma paixão como essa. Como já havia escrito aqui quando o clube conseguiu retornar à Série A, não sou um fanático. Mas a mística da torcida me emociona e muito. Além do sangue, é o Bahia, só ele, que me une mais aos meus primos, em especial Elton, Marcelo e Fredson. É pelo Bahia que muitas das vezes choramos, rimos, reclamamos e pulamos. Pulamos muito.

Me senti orgulhoso de assistir a um documentário tão bem produzido, que certamente será muito premiado. As histórias contadas, a paixão, a superação e principalmente a humanidade que permeia o tricolor é algo único. Intangível. Quis escrever esse texto logo. Saí da sala de cinema com os pensamentos meio misturados, mas com a certeza de que teria que fazer algo que eternizasse esse momento.

Mais que a paixão, o amor, seja lá qual for o sentimento que torna o Bahia o que é, deixei a sala de projeção com um pensamento: precisamos ser Bahia na vida como um todo. Essa expressão “ser Bahia” significa acreditar, mesmo quando tudo e todos não acreditam. Significa concentrar nas pequenas possibilidades, a chance de algo maravilhoso acontecer. Ter fé na vida.

Em um mundo tão desacreditado, onde a política nos faz reféns de uma democracia na UTI, onde a violência e a falta de educação tornam a nossa realidade cada vez mais cruel, precisamos acreditar que tudo pode ser mudado. Pode sim! “Ser Bahia” significa ser chato mesmo, persistente, utópico. Significa ser gente em essência. Precisamos mais disso. Fazer o bem, olhar o outro como alguém igual.

Enfim, aqueles marmanjos chorando juntos no banheiro de um shopping às 22h de uma segunda-feira me fizeram entender que podemos e devemos fazer a nossa parte. Sermos pessoas melhores já é o primeiro passo. Esse Bahia é retado mesmo!

terça-feira, setembro 06, 2011

Os donos das ruas




Há momentos em que se a gente deixar passar um pouco de tempo, a vontade de escrever passa. Isso acontece muito comigo em relação ao Politinia. Hoje quis ser diferente e tenho um bom motivo pra isso. Já há algum tempo venho me chateando com uma situação corriqueira que vivencio em Salvador e diante disso resolvi me posicionar sobre o assunto.


Nem tive tempo pra pesquisar, pois acabo de chegar em casa e resolvi, antes de qualquer coisa, escrever este post. Quem mora em Salvador, ou vive muito tempo na cidade por questões profissionais, como é o meu caso, nota claramente o aumento do volume de veículos, carros e motos, nos últimos anos. Enfrentar engarrafamentos já é uma prática comum, mas há algo que me deixa ainda mais irritado: os "guardadores de carros", também conhecidos como flanelinhas.


A todo tempo somos abordados por pessoas que se sentem donos das ruas e acham que têm o direito de cobrar pra "olhar" os nossos veículos. Há um sindicato por trás disso e acredito que em certa medida a prefeitura também está envolvida nesse processo. Sei que a forma de sustento de muitas famílias, mas o que quero trazer para discussão é o fato de que se trata de um serviço prestado de uma péssima forma, nos cobrando por algo que não garante nenhum tipo de contrapartida em caso de roubo ou sinistro dos veículos.


Não consigo entender a razão pela qual temos que pagar para deixar o carro na rua. O pior é que muitas vezes a cobrança é feita em tom de ameaça. São pessoas despreparadas, que se acham no direito de cobrar por um serviço prestado em um lugar público, onde tanto ela quanto eu e você temos o mesmo direito: o de ir e vir.


Também não estou aqui para pregar o fim dos guardadores de carros. Pelo contrário. Apenas acredito que há uma saída barata e viável para que essa situação seja resolvida. Quem paga o absurdo que é o IPVA, além das outros impostos, merece mais respeito. Quando falo em apontar saídas, me refiro à possibilidade de capacitar esses trabalhadores e dar uma condição digna de trabalho, oferecendo cursos profissionalizantes e em contrapartida um salário fixo para que eles sejam uma espécie de monitores, ou seja, pessoas que podem ajudar ao invés de intimidar.


A situação é tão absurda que eu já recebi uma proposta para pagar uma mensalidade a um guardador, a fim de que ele reserve uma vaga pra mim na rua onde trabalho. Falamos tanto dos pedágios, mas estamos esquecendo que estamos sendo vítimas de uma realidade lamentável.


Sei que seria muita audácia da minha parte lançar uma campanha diante de um tema tão polêmico, mas vou fazer o possível para que esse texto seja lido por um número grande de pessoas que possam compartilhar o que foi discutido aqui. Tomara que algum deputado baiano ou vereador da capital leia esse post e pense em fazer algo nesse sentido.


Escreverei mais sobre o tema. Vou procurar me embasar mais.


Você também está indignado com esta situação? Deixe seu comentário sobre o assunto!



Até mais!


quinta-feira, agosto 11, 2011

Erros construídos por todos



Não gostaria de começar esse texto me justificando sobre a razão pela qual eu demorei tanto em voltar a escrever aqui no blog. Quem me conhece sabe que este espaço é dedicado para servir como um desabafo sempre que estou com algum pensamento que insiste em reinar na minha cabeça.

Foi justamente por essa razão que eu voltei e resolvi escrever este post. Em agosto de 2011 eu completo 8 meses na revista Metro Quadrado, uma publicação que, como vocês já sabem, fala sobre o mercado imobiliário e a construção civil.

Sempre faço pautas sobre os novos projetos de infraestrutura, empreendimentos e tudo que há de novidade com relação ao crescimento da construção em Salvador. Tem sido uma oportunidade singular para aprender e poder escrever matérias interessantes sobre o tema.

A construção civil, principalmente motivada pela Copa de 2014, tem aberto oportunidades para muita gente. A quantidade de trabalhadores que estão tendo a chance de melhorar de vida é impressionante. Percebo isso de perto quando estou fazendo alguma matéria nas obras.

Por outro lado, a demanda é muito maior do que a oferta de trabalhadores. Há um gargalo muito grande de mão-de-obra, que faz com que as obras tenham atraso, ou tenham que ser feitas em um ritmo avassalador, o que muitas vezes colocam em risco a saúde e a vida desses operários.

Estou escrevendo esse texto porque fiquei muito triste com o acidente que aconteceu em Salvador nesta semana, que ocasionou a morte de 9 operários. Até agora, 16 trabalhadores já morreram na Bahia em 2011.

Não adianta tentar ficar arranjando culpados para esta situação. A pressa para adiantar as obras gera negligência por todas as partes. O operário acha que não é importante usar os equipamentos, o técnico de segurança vacila, os órgãos fiscalizadores não conseguem atender ao volume de obras, o empresário quer resultados...enfim, os erros estão por todas as partes.

Quero acreditar que essa tragédia, que foi a maior da história da construção civil baiana, possa servir como um ponto de partida para uma mudança de concepções. Por parte dos empresários, que é preciso investir em mais treinamentos para os funcionários e tecnologias para ganhar tempo e trazer segurança nas obras. Em relação aos órgãos fiscalizadores, que eles aumentem a sua abrangência de atuação. Com relação aos trabalhadores, que eles tenham consciência de que a vida está acima de qualquer coisa.

É triste ter que acontecer algo com tamanha proporção para que possamos parar e pensar na mudança. Assim caminha a humanidade!

Até mais!

sábado, abril 09, 2011

Alô, alô, Realengo: Aquele abraço!



07 de abril de 2011. Dia do jornalista. Era mais uma manhã de planejamentos e execução de outras demandas de trabalho. Como de costume, sempre leio os jornais antes de começar as minhas tarefas. Assim que liguei o computador, já comecei a ler algumas manchetes de um atentado que havia ocorrido no Rio, envolvendo crianças.

Estava muito feliz com todas as mensagens que recebia pela comemoração do dia que celebra a minha profissão. Presentes, e-mails, mensagens nas redes sociais. Enfim, era pra ser um dia de reflexão sobre o que pretendo ser daqui pra frente, e, de fato, acabou sendo muito mais que isso.

Comecei a perceber pelo Twitter que o que acontecera no Rio tinha sido algo realmente muito grave. Iniciei a leitura sobre o ocorrido e fiquei pasmo com duas coisas. Primeiramente, a loucura que levou o tal jovem a tramar tal ato de crueldade. Além disso, me chamava atenção como um fato como esse pode causar um sentimento de comoção em um país tão grande.

Acredito que não fui o único a falar a seguinte frase: “Parece aquelas chacinas que acontecem nas escolas dos Estados Unidos e em outros países”.

Essa frase foi o pontapé inicial que me levou a fazer esta reflexão aqui no Politinia. No dia do jornalista, fomos todos vítimas de uma ação de uma atitude de um jovem que foi influenciado por tudo de negativo que a mídia e o jornalismo fazem questão de exaltar no seu cotidiano.

O que vale é saber quantos morreram. Quais foram os atos de crueldades. Terremotos, chacinas, crimes, atentados, etc. Como diria o título do livro de Diogo Angrimani: “Espreme que sai sangue”. Veio-me a mente como o sensacionalismo da imprensa acaba por influenciar e gerar ainda mais violência.

Não quero dizer que devemos ser alheios a tudo que ocorre no mundo. O fato é que as notícias boas acabam sendo menos importantes. As pessoas gostam de almoçar vendo prisões de traficantes, tiroteios, batidas policiais e outras coisas nesse contexto. Hoje, a audiência de todo esse tipo de conteúdo é muito grande. Seria um fenômeno sociológico ou uma espécie de alienação? Quem sou eu pra responder.

O que sei é que bons exemplos têm cada vez mais sido deixados de lado na cobertura jornalística. Não vivemos em um conto de fadas, mas a quantidade de brasileiros que são do bem, pessoas batalhadoras que lutam pelos seus sonhos, é muitíssimo maior que os indivíduos que escolhem o outro caminho.

A mídia tem culpa sim no que aconteceu em Realengo. As pessoas se deixam influenciar por tudo de ruim que acabam permeando o cotidiano.

Não quero ser o jornalista que vive em um mundinho perfeito. Longe disso. Questionar o que há de errado é o que mais nos faz crescermos enquanto pessoas. Quero ser sim alguém que priorize o que há de exemplos bons a serem seguidos.

Quando nos alimentamos de notícias ruins, deixamos de acreditar no outro. Deixamos de achar que podemos fazer a diferença e transformar nossos problemas em algo que nos faça crescer.

Poderia escrever muito mais que isso, mas acho que consegui deixar aqui a essência do que estou sentindo. Espero que possamos pensar um pouco sobre o que consumimos de informação.

O bem sempre será maior que o mal!

terça-feira, março 22, 2011

Tudo novo de novo!



Quanta coisa tem acontecido nesses primeiros três meses de 2011. Posse da primeira mulher presidente do Brasil, tragédia na Região Serrana do Rio, mudança no cenário político do Egito, guerra na Líbia, entre outras coisas que nos alegram ou nos entristecem. A mesma revolução que o mundo vive também enfrento na minha vida nesse momento.

Depois de tanto tempo trabalhando com assessoria política, uma nova oportunidade surgiu para mim. Hoje faço parte da revista Metro Quadrado, uma publicação voltada para o mercado imobiliário. Foi um desafio começar a descobrir o universo que estava diante de mim, mas foi justamente toda essa dimensão que me motivou a apostar tudo nesse projeto. Está sendo maravilhoso poder aprender com pessoas tão especiais.

Alguma coisa tinha que ficar de lado e acabou sobrando para o meu querido Politinia. Ainda tenho acompanhado o cotidiano da política e confesso que estou sentindo falta do gostoso exercício de escrever sobre esse tema que tanto gosto.

Como vocês podem notar, dei uma repaginada no design do blog para que 2011 seja realmente um ano diferente, como já está sendo pra mim. Novos desafios, novas pessoas, novos horizontes.

Parece que estava dirigindo em uma mesma rodovia há muito tempo e resolvi entrar por um caminho novo, cheio de curvas, mas que tem tudo para me levar alugar que eu não sei qual é, mas que é exatamente onde acho que devo chegar. Que viagem!!

É bom se redescobrir, apostar em si próprio, fazer o sonho acontecer. O que não vale a pena é ficar se questionando sobre como a vida poderia ter sido se tivéssemos feito outra escolha em um determinado momento. Deixei isso de lado e procurei encarar o futuro de frente. O momento é outro e quero olhar para o que está por vir. Somente.

Não quero assumir aqui nenhum compromisso formal sobre os meus futuros posts, pois tenho medo de não conseguir cumprí-lo. Entretanto, vou tentar dar uma dinâmica diferente ao blog. Gostaria muito de ter uma atualização fixa semanal. Tomara que eu consiga realizar essa vontade.

O que eu mais quero fazer agora é agradecer a cada uma das pessoas que ao longo desses cinco anos acessaram o Politinia. Os quase 15 mil acessos, sem contar o tempo em que não havia o contador, me motivaram a sempre acreditar no meu potencial e lutar para que eu tivesse a ousadia para seguir o meu caminho.

O Politinia sempre me abriu portas e nada mais justo que retribuir tudo que consegui até hoje, que é pouco, mas de grande valor, com um conteúdo que possa despertar as pessoas para reflexões sobre diversos temas.

Tomara que possamos crescer juntos.

Até mais!