quarta-feira, setembro 08, 2010

De olho neles (Parte 2)



Demorei um pouco pra postar novamente, mas vou cumprir o que havia prometido. No meu último post, havia falado sobre a minha intenção de expor algumas ideias minhas sobre a disputa baiana entre os candidatos que pretendem governar o Estado pelos próximos quatro anos. É chegado o momento.

Apesar de trabalhar com assessoria de comunicação dentro da política, queria deixar bem claro que não sou filiado a nenhum partido e nem tenho preferências ideológicas para trabalhar. Sou profissional e procuro enxergar a política como um campo de atuação.

Aqui no Politinia, discuto o outro lado do marketing político, que é o modo consciente e ativo que nós eleitores e cidadãos devemos ter no sentido de acompanhar e ter uma opinião formada sobre diversos temas que rondam o cotidiano da política e da sociedade de uma maneira geral.

A campanha para governador é sempre a mais debatida pela opinião pública. A Bahia passa por um momento bastante interessante neste sentido. Depois de quase 20 anos do Carlismo, onde candidatos vinculados a Antônio Carlos Magalhães e até mesmo o próprio governaram o Estado (PFL, depois DEM), tivemos a quebra desse ciclo com a entrada de Jaques Wagner, aliado do presidente Lula (PT).

O que está acontecendo nesta eleição de 2010 é uma comparação feita entre o desempenho de cada um desses grupos. Jaques Wagner, candidato à reeleição mostra o quanto fez nesses quase 4 anos e pede votos para continuar desempenhando o seu trabalho. Por outro lado, Paulo Souto, candidato derrotado em 2006, faz a sua campanha em cima dos possíveis erros do seu adversário e também mostra o seu histórico de atuação como governador.

Wagner tem consigo um vento que sopra em seu favor. Além de possuir a “máquina governamental” nas mãos, também conta com a altíssima popularidade do governo Lula e com o “fenômeno Dilma”, que faz com que a sua campanha ganhe força. Negativamente pesa sobre ele os altos índices de violência na Bahia, problemas na Saúde, e tenho notado que o funcionalismo público também se queixa muito das diretrizes adotadas na atual gestão.

Paulo Souto, que em 2006 não se reelegeu, dando lugar a Wagner, tem presente na sua campanha o discurso de mudança, típico de quem é oposição. Ele procura mostrar os pontos negativos do atual governo, mostrando sempre o seu currículo político. A estratégia não vem dando muito certo, e ele ocupa a segunda posição nas pesquisas, vindo muito atrás do petista.

Gostaria de pontuar também a presença de Geddel Vieira Lima na disputa que levará ao Palácio de Ondina. Ele, que foi ministro da Integração Nacional do governo Lula, decidiu romper com Wagner e se lançar candidato pelo PMDB. Apesar de ter uma coligação com muitos partidos e ser o que mais pretende gastar na campanha, Geddel não consegue emplacar, amargando a terceira posição nas pesquisas. Particularmente, acho que ele ainda crescerá um pouco devido aos votos pelo interior do estado, mas a disputa realmente ficará entre Wagner e Paulo Souto.

Agora a bola está com vocês. Façam uma comparação sobre a Bahia do PT e a do DEM. Tanto Paulo Souto quanto Jaques Wagner já tiveram chances de mostrar serviço como governadores.

Aproveitem e comentem sobre essa disputa. Até mais!

8 comentários:

Sergio disse...

Caro Rodrigo, acho que voce está desconsiderando o potencial que Geddel tem em muitas regiões do interior. Ele vai dar muito mais trabalhoa Wagner e Souto do que parece.

Anônimo disse...

Prezado Rodrigo não esqueça a rejeição que tanto Paulo Souto como Jaques Wagner tem. Isso pode complicar muito a vida dos dois.

Bruno disse...

Prezado Rodrigo não esqueça a rejeição que tanto Paulo Souto como Jaques Wagner tem. Isso pode complicar muito a vida dos dois.

Anônimo disse...

Rodrigo, eu não creio que os baianos irão cometer a loucura de manter no poder um governador tão ruim como Wagner, acho que teremos surpresas ...

Anônimo disse...

Não tenho dúvidas que o melhor para a Bahia é o Governador Paulo Souto, porém vamos ver o que os baianos decidir.

Unknown disse...

Olá, Rodrigo

Primeiro, Acho uma pena esse anonimato todo nos comentários. O seu texto foi "politicamente" correto, o que não inspira a comentários impertinentes e ofensivos.

O importante é vermos o cenário político da Bahia tão às avessas- situação e oposição- um belo sinal de democracia. Mas deixo a minha opinião à margem da questão regional e questiono como se pode fundamentar o conceito de uma campanha no sucesso de um programa que só retrata a pobreza do nosso Estado?
Auxílio é uma coisa. Esmola é outra.

Um abraço , e sorte com a política!

inté

Rocpáurio Santos disse...

Caro Rodrigo, não posso me furtar de deixar o meu comentário mais uma vez aqui no politinia do qual sou muito fã e leitor assíduo.
Vou ser sucinto.
Creio em uma surpresa desagradável para o senhor Jaques Wagner. Não vejo nas rua o espelho das pesquisas. Vai tomar de volta o tombo que deu há quatro anos.

Abraços

Roc Pires

Rodrigo Marques disse...

Ótimas considerações!

Gosto desse embate de ideias. Quero apenas pontuar algumas observações:

1) A atuação de Geddel no interior é muito significativa, mas não acho que a população de uma maneira geral não assimila o trabalho de um ministro como o real executor de ações. Geddel é um líder nato, digo isso já o entrevistei. Acho que ele crescerá sim, mas não será um fenômeno que surpreenderá.

2)A campanha de Souto está conseguindo ter um direcionamento muito interessante, mas sinto que o interior da Bahia deixou de ter saudosismo. Já trabalhei com o DEM por duas vezes e vi o quanto o contexto nacional influi no local.

Muito obrigado pelos comentários, mesmo os anônimos.

Qualquer semelhança dos meus comentários com a realidade da noite do dia 3 de outubro será uma mera coincidência.

Trago impressões pessoais e tudo que vem de encontro ou mesmo apoiando é muito signficativo pra mim.

Voltem sempre!