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Acho que chegou a hora de relaxar um pouco. Pensei bastante sobre o que escrever (estou ficando muito preocupado com meu público...rsrs) e decidi deixar um ponto de vista meu sobre o preconceito. Provavelmente vocês devem estar achando que lá vem mais um daquele textos sobre questões étnicas e sociais, mas não é isso.
A narrativa bíblica sobre a Torre de Babel, erguida com o objetivo de chegar ao céu, mostra um contexto de diferença de línguas e culturas, existente na fértil região entre os rios Tigre e Eufrates. Assim também o o Brasil, plural, mas cercado de visões unilaterais.
Gostaria de falar sobre o preconceito que há sobre a preferência musical. Sinto que muitas pessoas ditas intelectuais -os verdadeiros nunca assumem que são- têm o hábito de discriminar o gosto de outros indivíduos, acreditando que certos artistas não prestam ou mesmo alguns eleitos como de vanguarda traduzem a essência da arte e o resto que se dane.
Acredito que não é bem assim. O Brasil é um verdadeiro balaio de cultura e as diversas expressões dessa identidade plural, feitas através da música, merecem ser respeitadas. Não quero dizer que não devemos ser seletivos. Não é isso. Acho somente que, nos diversos ritmos e vertentes musicais existentes, há coisas a serem valorizadas. Julgar-se melhor do que o outro por gostar de um artista enquanto o outro o detesta é um preconceito cultural que me assusta.
Ouvir de Chopin à Psirico não é uma obrigação, no entanto, desmerecer quem porventura não gosta de um artista ou de outro é sim uma atitude que eu desprezo. A música revela o que somos por dentro e essa individualidade se reflete nas escolhas que fazemos.
A Torre de Babel musical que é o Brasil nos faz pensar o quanto a diferença ainda é um obstáculo a ser superado e como essa barreira ainda nos impede nos unirmos e sermos cidadãos melhores. Há que se respeitar os operários da música brasileira e valorizar quem prima pela qualidade. Um dia chegaremos ao céu. Até mais!