sexta-feira, novembro 10, 2006

Viva a democracia!


Mais uma vez a democracia nos mostra o quanto o poder do voto poder sanar as nossas insatisfações. Aqui no Brasil e principalmente na Bahia tivemos uma mudança significante nessa última eleição. Agora o cenário se repete nos Estados Unidos, onde a câmara e o senado já possuem maioria democrata, partido de oposição ao republicano de George Bush.
Certamente o povo americano não está sartisfeito com a política anti-terrorista de Bush. A guerra do Iraque, que não repercutiu em nada de concreto, também desponta como um dos fatores que vêm enfraquecendo a maioria republicana que já durava mais de 10 anos. O presidente já sente o impacto dessa mudança e começa a mudar sua tática em relação à invasão iraquiana.
O poder de representação que tanto o senado como a câmara possuem é algo a se pensar a partir de agora. São esses políticos recém-eleitos que irão pressionar a atual política desenvolvida nos EUA. Eles também serão decisivos para a próxima eleição presidencial, que ocorrerá daqui a dois anos. Vamos aguardar e torcer para que o mundo consiga cada vez mais aliar a democracia à conscientização da sociedade.

terça-feira, outubro 31, 2006

Esperança renovada


Depois de sucessivos escândalos enfretados no seu governo, muita gente achou que o presidente Lula fosse obter um resultado pouco siginificativo nas urnas. Engano. O candidato do PT conseguiu um recorde de votos, 58 milhões, em todo país. Isso é um reflexo das políticas sociais e da estabilidade econômica que o Brasil vem conseguindo adquirir.
Todos nós sabemos que muito ainda precisa ser feito. O investimento massivo em educação e em infra-estrutura seriam dois passos importantes para impulsionar o desenvolvimento e o crescimento econômico do nosso país. É fundamental que haja vontade política nestes 4 anos que virão a fim de que possamos obter as reformas tributárias e políticas, fundamentais para incentivar o país a crescer e o governo a ser mais transparente.
O que não podemos é ficar só criticando o que precisa melhorar. Todos os políticos são nossos representantes. Sendo assim, é nosso dever acompanhar o que vem sendo feito e discutido e cobrar a quem devemos. Sempre renovamos a nossa esperança de que as coisas vão melhorar com as eleições e isso não pode mudar.
Enquanto cidadãos, devemos torcer para que as desigualdes sócio-econômicas sejam atenuadas e que possamos entrar em um caminho de desenvolvimento, livre de corrupções e focado no trabalho. Lula, os deputados e os senadores têm esse poder. Agora é torcer e torcer!

segunda-feira, outubro 02, 2006

Tempo de Mudanças



Depois de 16 anos consecutivos do "Carlismo" na Bahia, estamos prestes a viver algo diferente. Com a surpreendente eleição no 1º turno de Jaques Wagner, abre-se a possibilidade de um governo voltado ao interesse da população como um todo. Não quero fazer previsões, mas é isso o que esperamos.
Apesar da imagem do PT ter sido abalada com todos os escândalos do primeiro governo de Lula, o povo baiano resolveu apostar na ineficiência do atual grupo político do PFL. Em uma era política com fortes traços coronelista e elitista, devido à esse fato, a população da Bahia resolveu votar diferente, esperando que as mudanças e a vontade política para melhorar a nossa realidade possam acontecer.

sexta-feira, setembro 29, 2006

À beira das eleições!

Acho que não é redudante repetir a importância desse momento para cada um de nós brasileiros. Apesar dos mensaleiros, sanguessugas e desse duvidoso dossiê que vêm marcando o noticiário e o cotidiano da política atual, as eleições sempre despontam como momentos de esperança de que muita coisa pode ser diferente.
Precisamos ter o discernimento de compreender que uma renovação política é extremamente importante. O poder legislativo é o maior exemplo de ineficiência da nossa democracia. Enquanto mantivermos essas pessoas que não trabalham para atender aos interesses da população, usando a política para os seus auto-beneficiamentos, não poderemos pensar em uma realidade melhor.
Como este humilde blog fala sobre política e cidadania, as eleições se configuram como o auge dentro dessa temática. Vamos utilizar o nosso voto pra fazer a diferença, lembrando de quem realmente pretende fazer algo de diferente pelo país.
Enquanto aos candidatos do poder executivo(governadores e presidente),creio que devem ser compreendidos pelas suas principais propostas e metas. Sei que a campanha eleitoral muitas vezes é vazia, ficando apenas no discurso superficial, sem demonstrar propostas políticas sólidas, mas mesmo assim temos que ir às urnas com o pensamento crítico e poisitivo de que a cada dia, sem depender dos políticos, nós como sociedade também temos a missão de contribuir para a existência de um Brasil melhor.

quarta-feira, setembro 13, 2006

NoViDaDeS!!!!!!!!!

Ter ido à Brasília foi muito pra mim. Me senti mas disposto em seguir nesta empreitada e em aprofundar meus estudos sobre política. Visitar os lugares onde supostamente deveriam ser tomadas as decisões que mudariam o nosso país me fez acreditar que muita coisa pode ser diferente.
Irei empreender algumas análises sobre esta viagem que realmente marcou a minha vida. Quero mais do que nunca mergulhar nesta temática, pois nunca irei deixar que a consciêntização sobre a política é a maneira mais consistente para vivermos em um país mais igual.

terça-feira, agosto 22, 2006

Digitalizando e alienando!

Este é um assunto de muita importância para nós. Sei que a grande maioria dos jovens não gosta de acompanhar o noticiário, mas esse é um grande erro que temos que mudar. Certamente todo mundo acompanha algum programa na televisão, não é? Você já deve ter percebido que a qualidade das informações e dos programas vem caindo por causa da constante busca pela audiência e pelo lucro.
Quem perde com isso somos nós, pois deixamos de receber informações de qualidade, algo que é dever de todos os meios de comunicação, pois eles só funcionam com concessões, que são autorizações cedidas pelo governo para que possam operar e informar a sociedade. A chegada da TV digital, pelo padrão europeu, teria a capacidade de oferecer uma maior quantidade de canais para a população. Isso seria muito importante no sentido de que poderia melhorar a qualidade da programação que a grande maioria da população tem acesso atualmente.
O atual governo preferiu adotar o padrão japonês, que trará uma significativa mudança na qualidade da imagem, mas fornecerá a mesma quantidade de canais que temos acesso hoje em dia. Esse modelo de TV digital só favoreceu as pessoas que já manipulam os meios de comunicação e que de certo continuarão entretendo as pessoas de forma superficial, ao invés de informá-las e tornar o nosso país um pouco mais inteligente e crítico.

quarta-feira, agosto 16, 2006

Eu voltei....agora pra ficar!

Depois de quase dois meses longe dos posts, resolvi voltar. Mas não pretendo com isso fazer o mesmo que vinha desenvolvendo. Quero ser melhor. Estou começando a me aprofundar na temática do blog e usarei este espaço como um contínuo espaço de exposição de opiniões e principalmente de dúvidas. Não quero dizer como irei abordar os temas atuais daqui pra frente, pois nem eu mesmo sei os caminhos que seguirei em cada tema. Esta é certamente a hora certa para meu amadurecimento.

terça-feira, junho 13, 2006

Quase de Luto!

Rodrigo Marques

Estou em dúvida sobre o futuro desse blog. Pesquisas apontam que a cada segundo é criado um novo blog ou fotolog. Não sei até quando terei ânimo pra continuar empreendendo essa jornada sobre a Política e a Cidadania. Digo isso porque não tenho sido muito recompensado por esse trabalho até agora. A partir de Julho, darei uma repensada nesse formato atual e farei uma divulgação no orkut. Talvez isso possa atrair mais atenção para este trabalho que venho fazendo com empenho, carinho e principalmente responsabilidade. Estou quase decretando luto.

sexta-feira, junho 02, 2006

Opinião Não-Pública


Rodrigo Marques

O título desse post é uma definição dada por Jürgen Habermas, que considera os meios de comunicação como mecanismos que infleunciam a população a pensar de uma determinada forma, em consequência de um processo manipulativo. O jogo de interesses que se interpõe nesse contexto é fundamantal para que nós possamos entender que muitas vezes nos deixamos levar pelo discurso da mídia.
Talvez esse papo possa estar um pouco chato, mas em um país no qual a grande minoria tem uma consciência política, ela se torna fundamantal. Procurar intervir como cidadãos, se informando e cobrando dos nossos representantes é mais que um dever. Continuo batendo nessa mesma tecla, pois me preocupo com o futuro, que desde já construímos.

quinta-feira, maio 25, 2006

HEXAGERO!!!!!!!!!



Rodrigo Marques

Esse sentimento de nação que nos cerca pouco antes da copa do mundo é muito interessante. Já podemos ver o verde e o amarelo circulando pelas ruas em camisas acessórios, bandeiras e por aí vai... Entendo que o futebol é parte integrate da nossa cultura, mas vamos com calma! Estamos em um ano importantíssimo para o nosso país, no qual decidiremos o seu futuro político. Depois de tantas denúncias de mensalão, de astronauta que quer recuperar a imagem do governo, das rebeliões de São Paulo, dentre outros acontecimentos, devemos refletir sobre a urgência que a população deve ter em relação a um posicionamento crítico diante tudo isso.
Acompanhar o que vem sendo divulgado na mídia, buscando o máximo possível de informações é o primeiro passo, avaliar quem esteve envolvidos em escâncalos também deve ser levado em consideração.
Sempre trago essa discussão para o blog, por acreditar que o voto é o principal mecanismo para o exercício da CIDADANIA. A política, apesar de tudo que vemos, ainda é a nossa esperança para uma realidade mais justa. Torcer pelo Brasil é bom, mais temos que ir além do grito de gol.

segunda-feira, maio 22, 2006

Sim. E daí?



Rodrigo Marques

Hoje só queria deixar um simples desabafo. Estou muito chateado em relação a como a mídia vem tratando da questão da violência em São Paulo, vinculando às rebeliões que aconteceram na semana passada e retrasada, junto com a morte de muitos policiais e atentados à delegacias.
Sei que esse é um tema de extrema relevância e por isso mesmo, creio que a cobertura jornalística deveria ser feita de uma forma melhor. Mais que reportagens sensacionalistas abordando as pessoas que tiveram algum tipo de envolvimento com as rebeliões, sempre feitas de forma sensacionalista, acredito que é muito mais importante discutir a razão de tudo isso existir.
É triste ver que o jornalismo, que tem na sua essência a necessidade de trazer dicussões para o público, acaba se rendendo à lógica mercadológica da audiência e dos anunciantes.
Como estudante de jornalismo me sinto envergonhado e como cidadão, pouco informado.

quarta-feira, abril 26, 2006

Nosso Héroi? Lá ele!



Rodrigo Marques

Fico admirado como em anos eleitorais as coisas passam a acontecer. Aquelas propogandas de programas sociais, que sempre mostram famílias sorrindo e satisfeitas; o empenho em mostrar sempre as imagens de atuação dos políticos, principalmente na Câmara do Deputados e a famosíssima operação tapa-buracos, que com essas chuvas, já foi pro espaço.
Falando em ir pro espaço, é justamente esse tema que quero abordar hoje e que servirá como referencial para uma posterior confecção de um artigo. Creio que já estamos de saco cheio de ver e ouvir falar sobre Marcos Pontes, o primeiro astronauta brasileiro. Nada contra a sua pessoa, ou à façanha conseguida por ele, mas acredito que o espetáculo midiático, instigado pelas assessorias de imprensa do governo federal, tem trazido uma idéia de heroísmo, cheia de segundas intenções.
É muito conveniente dar uma amplitude para um fato como esse logo em ano de eleições. Pontes tem sido usado, ou talvez esteja até gostando de pousar como um sujeito simples que conseguiu ver a terra lá de cima. De fato é, mas a jogada midiática feita a partir disso que acaba dando proporções exageradas na agenda dos meios de comunicação. Construir um herói é muito conveniente para passar uma imagem de um governo que vem dando certo e que estamos em "Um país de todos".

quinta-feira, abril 13, 2006

Imprensa cidadã?


Rodrigo Marques

Muitas vezes damos de cara com situações que põe em jogo a real função da imprensa. Tratar do interesse público e procurar alcançar sempre a objetividade são perspectivas que sempre são debatidas ao se falar do trabalho jornalístico. Infelizmente, os interesses particulares dos donos desses veículos de comunicação, em parceria com toda a lógica mercadológica que envolve a mídia hoje em dia, vêm fazendo com que as metas na rotina jornalística sejam desviadas.
Tivemos dois bons exemplos nesses últimos tempos. A quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa, feito de forma ilegal pelo presidente da Caixa, divulgado pela revista época e o diálogo entre Suzane Von Richthofen e seu advogado flagrado pelo microfone que estava ligado,durante a reportagem exibida pela rede globo, mostram uma tendência de tornar tudo em espetáculo.
O que acaba acontecendo é a colocação do direito à informação, inerente à qualquer cidadão, em segundo plano. Buscar audiência a qualquer custo, emitindo juízos de valor e até mesmo em ações que caberiam à outras instâncias, como a judicial, revela uma postura equivocada por parte da imprensa, que fere a cidadania. Como não temos um público crítico e atuante na relação com os meios de comunicação e juntando a isso o fato de que somos reféns desse Estado que nada faz pra melhorar os aspectos sócio-econômicos e culturais, acabamos absorvendo essas atitudes da imprensa como uma verdade absoluta. Acho que precisamos acordar.

sexta-feira, abril 07, 2006

Interatividade Cidadã


Rodrigo Marques

Estudar aspectos referentes ao jornalismo digital e as suas implicações no fezer jornalístico, é ter vários paradigmas e perspestivas a serem levantados. Como cidadãos, devemos aproveitar esse momento histórico com relação ao jornalismo e procurar nos adequar à uma necessidade natural dessa nova forma: interagir com o trabalho feito pelos jornalistas.
A interatividade é uma demanda que realmente possibilita uma repercussão interessante na relação produtor-usuário. A capacidade de poder ter as opiniões publicadas, torna o público não somente mais participativo, mas com a crítica à flor da pele. Isso não repercurte no fim dos jornalistas, pelo contrário, estimula o desenvolvimento de um trabalho mais plural e consistente.

segunda-feira, março 27, 2006

Fala Sério!

Rodrigo Marques


Certas horas não acredito que esse país possa ter jeito. Em meio à todo a aquele clima que gera em torno de Brasília, principalmente com relação às cassações, a deputada Ângela Guadagnin(PT-SP), resolveu dançar no meio do plenário em comemoração ao fato de que dois deputados do seu partido escaparam da punição, algo que ela considera grave demais como uma pena.
O que mais me indigna é que os deputados são os nossos representantes diretos no governo.Tenho certeza que essa lamentável atitude, que fez com que a prórpia deputada se arrependesse depois, pelo menos na frente das câmeras, não é o que esperamos de quem nós colocamos para nos representar. Infelizmente a política não atende ao interesse da população e essa perfomance é um nada se compararmos ao que poderia ser feito pelo povo durante décadas, mas que fica sempre nas promessas de campanha.
Acho que ao invés de espetacularizar um fato como esse, que também considero lamentável, a mídia poderia aproveitar esse período pré-eleitoral para levar informações de qualidade e proporcionar para a população o direito de estar a par sobre o que está ao seu redor. O que é uma Deputada dançarina diante de um governo que sempre fez o povo de palhaço?

quarta-feira, março 22, 2006

Assim caminha o Poder



Rodrigo Marques

Como temos estudado,o Poder Político só pode se estabelecer a partir do aparato das Forças Armadas. Isso me pareceu estranho no começo, mas depois percebi que essa é uma verdade clara. Sempre a violência aparece como um artifício capaz de estabelecer opiniões e alienações.
O triste espetáculo que vimos no Rio de Janeiro é uma prova clara do que disse anteriormente. O exército aparece como uma Instituição a favor da sociedade, mas acaba fazendo parte de uma realidade que quer castigar mais e mais o cidadão comum. A esse são negados direitos como educação, sáude, moradia e etc.
Na minha opinião, o exército é uma prova concreta do desinteresse da classe política em favorecer a segurança da sociedade. A violência em troca de uma imagem maniqueísta na mídia pode ser encarada como mais uma jogada eleitoral.
Pena que nesse meio tempo, pode-se perceber que as forças armadas expõe uma fragilidade e uma incapacidade de superar a organização feita pelos traficantes nos morros. No meio de tudo isso estamos nós, esperando por dias melhores, enquanto aqueles que elegemos estão se deliciando com esse realidade.

sexta-feira, março 17, 2006

Novo sabor!!!!!!

Rodrigo Marques

Estou começando a tomar gosto por esse negócio de blog. Sinto que minha cabeça passa a funcionar melhor, quando posso expor o que estou pensando dentro da lógica jornalística e posso concretizar isso. Sempre batalhamos para ver nossos trabalhos publicados. Muitas vezes literalmente suamos a camisa, mas nem sempre é possível realizar esses objetivos.
O que nunca podemos é deisitir. Enquanto estudantes de jornalismo e pessoas também , temos que perseverar tendo em vista que sempre temos muito a melhorar e amadurecer. Ler, olhar, participar e abstrair o que vivemos é uma missão difícil,jamais impossível. A idéia de trazer aspectos políticos e sobre a cidadania em questão, satisfaz a um desejo de sempre querer por em sinergia o que perpassa a minha mente, diante das coisas corriqueiras. Espero que vocês tenham paciência comigo.

quinta-feira, março 16, 2006

Tá na hora de acordar: Nº1


Rodrigo Marques

Já começou o polêmico período antes das eleições, no qual se decide quem serão os candiadatos à presidência. O Psol, com Heloísa Helela, representará a esquerda radical, ou seja, a maior tentativa de mudança com relação ao que está estabelecido. O PMDB ainda está em dúvida entre a imagem estabelecida de Garotinho e Germano Rigotto, enquanto espera a decisão sobre a verticalização (ver conceito no O XAXIM), que pode fazer com que a legenda lance ou não um candidato.
Entretanto a guerra já está declarada entre o candidato do PSDB, Geral Alckmin e o atual presidente, Lula, do PT. Nós eleitores, temos o péssimo costume de deixar a política de lado, por achar que aquilo não passa de um bando de corruptos. Pode até ser, mas temos que estar conscientes sobre o nosso papel dentro do contexto democrático e os meios de comunicação estão aí pra isso.
O que veremos durante essa campanha, serão novamente muitos investimentos em publicidade e marketing com o intuito de criar imagens, mitos e até verdades. O ideal a se fazer é acompanhar tudo que está acontecendo com uma visão crítica, sem esquecer que decidiremos não quatro anos, mas nosso futuro!

Boas novas leitores!

Resolvemos trazer um diferencial para o nosso blog. Como estamos estudando Comunicação e Política, com a nossa querida Malu Fontes, decidimos trazer sempre pra discussão, aqui no blog, tudo o que está rolando nas aulas. A partir de agora traremos comentários e textos, escritos por nós, sobre o que atinge a política e suas repercussões vinculadas aos meios de comunicação. Comente e dê sugetões sobre essa nossa nova empreitada!

sexta-feira, março 10, 2006

Globalização em foco



Rodrigo Marques

Analisar a cultura como um elemento mercadológico, que perpassa a lógica da globalização, é vislumbrar novas formas de estruturação econômica e de valores sociais. David Harley no livro "A arte de lucrar: globalização, monopólio e exploração da cultura", evidencia os produtos e eventos culturais como veículos de propagação da lógica capitalista.

Ao propor essa dialética, a qual envolve as atividades culturais como mercadorias comuns, Harley relata um processo de mudança no fazer artístico na década de 60: “a pacificação e profissionalização diminuíram acentuadamente a agitação política”, tudo isso, segundo o autor, repercutiu em uma falta de exame crítico. Era essa auto-avaliação discutia relações entre cultura, capital e alternativas socialistas que são úteis para mobilizar uma política revolucionária e incentivava a existência de uma arte mais radical.

ESTRATÉGIAS - David Harley também aborda que a globalização vem diminuindo as proteções monopólicas existentes, fazendo com que os rendimentos monopólicos por conseguinte sejam reduzidos. Mas esse fato não repercute em um caso fechado, pelo contrário, pois muitas são as estratégias das empresas para promover o aumento das suas rendas como, por exemplo, a aglomeração dessas empresas como uma forma de dominar mercados. Outra forma ressaltada por Harley é a busca por meios de Leis Comerciais para garantir monopólios, no qual se instalariam as patentes e o direito de propriedade intelectual.

PARADOXO - Apesar de a globalização abranger aspectos que fogem aos locais, é justamente o interesse na inovação e na releitura de tradições locais, que tem repercutido em uma nova forma de promover um tipo de desenvolvimento urbano e regional a fim de atender a interesses globais. Tudo isso vem desenvolvido pelo empresarialismo urbano, que ao trazer a dialética espaço-lugar, cria o que David Harley chama de “sinergia suficiente dentro do processo de urbanização para que rendimentos monopólicos sejam criados e arrecadados tanto por interesses privados quanto por poderes estatais”.
O interesse em sempre buscar valores como a singularidade e autenticidade, dentre outros, cria no contexto cultural um ambiente favorável à existência de um universo simbólico, o qual está sempre voltado à valores locais específicos e representando possíveis ações a políticas. Dessa forma, o rendimento monopólico acaba desencadeando um ciclo, no qual elementos locais são convertidos em globais para atrair a interesses de uma minoria.

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Marginalizar é não educar


Rodrigo Marques

A impossibilidade de viver a infância de forma adequada fez e ainda faz parte da realidade de muitas crianças por todo o mundo. O trabalho infantil é sem dúvida o grande divisor de águas no que se diz respeito à disparidade entre os modos de vivenciar esse estágio de extrema importância para a formação do indivíduo.
Muitos são os fatores que conduzem as crianças ao trabalho precoce. O principal, no entanto, é a condição econômica familiar, a qual leva os pais a buscarem no trabalho dos filhos uma maneira de ajudar na sobrevivência. O caráter histórico dessa questão fica bastante evidenciado no livro de Leo Huberman, A história da riqueza do homem, no momento em que ele aborda da Europa durante o período da Revolução Industrial, no qual milhares de crianças eram privadas do direito de viver como deveriam, pelo fato de ter que trabalhar junto com seus pais em uma carga horária diária de 12 a 14 horas.
HISTÓRIA - Aqui no Brasil, essa realidade marginalizadora se confunde com a nossa própria história. Índios, negros, mestiços e imigrantes, que ainda eram crianças, tiveram o dever de trabalhar, não apenas para a ajuda familiar, mas também para satisfazer às necessidades econômicas dos exploradores.
Em 13 de julho de 1990 foi criado no Brasil o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), pela Lei 8.069/90, que consiste teoricamente em uma política de proteção, que deve proporcionar à criança e ao adolescente, o direito de poder viver em um país que os forneça condições para um concreto desenvolvimento. No entanto, esse estatuto esbarra em uma sociedade que, segundo a Procuradora do Trabalho em Minas Gerais, Maria Amélia Bracks Duarte, tolera o trabalho infantil partindo da premissa de que o trabalho faz distanciar da vadiagem, da droga e da prostituição.“Estamos estagnados como meros observadores de uma situação cômoda que não nos atinge, porque nossos filhos estudam, têm fluência de línguas estrangeiras, freqüentam academias e podem se quiserem trabalhar, mas, certamente não em filas de bancos como Office boys e nunca como guarda-mirins controlando veículos nas ruas”, argumenta Maria Amélia no artigo Infância Perdida, publicado pelo Ministério do Trabalho.
EDUCAÇÃO - O grande diferencial propiciador de mudança é, sem sombra de dúvidas a educação. É impossível pensar em um futuro de uma democracia, na qual os jovens não possuem uma boa qualidade de informações e oportunidade de acesso à tecnologia. Estudos realizados por diversas entidades brasileiras e internacionais, indicam que são inúmeros os compromentimentos físicos e psíquicos provocados pelo trabalho precoce, principalmente nas atividades consideradas intoleráveis como as desenvolvidas nos canaviais, nas carvoarias, nos garimpos, nas culturas de sisal, nas pedreiras e etc. As culturas de sisal e as pedreiras, que estão localizadas respectivamente nas cidades de Valente e Santa Luz, ambas na Bahia, ainda hoje com toda a evolução tecnológica que já se faz presente no sertão baiano, possuem grande concentração de crianças que trabalham em condições terríveis, e além disso, também abdicam dos estudos para ter mais tempo para o trabalho.
Esse aspecto de disparidade, provinda do caráter do acesso à educação, realiza um grande processo de marginalização, visto que a criança que não pode ter acesso a uma cultura letrada, certamente não terá futuras oportunidades de crescimento profissional. A constituição brasileira fixa em 16 anos a idade mínima para o trabalho e 14 anos para a aprendizagem, entretanto, 3 milhões de crianças menores de 14 anos ainda trabalham no Brasil, segundo Patrícia Laczynski e Veronika Paulics no artigo Erradicação do Trabalho Infantil, publicado no site Pólis (Estudos, assessoria e formação em políticas sociais).
TRABALHO INJUSTO - Como todos nós sabemos, a lei não é cumprida à risca e, além dos trabalhos exploratórios que já foram citados, existe outro que agride ainda mais a segurança, a moral e a saúde das crianças e adolescentes, que é o trabalho nas ruas. Muito comum nas grandes metrópoles, esse tipo de trabalho também possui caráter exploratório e é bastante visível nos semáforos, nos quais o trabalho infantil é desenvolvido por meio da venda de produtos, da limpeza de pára-brisas e até de malabarismos. Nos ônibus coletivos, muitas crianças pedem ajuda enquanto seus pais os esperam em casa para receber os trocados conseguidos.
DIA ESPECIAL -A reflexão mais aprofundada sobre o tema é feita no dia 12 de Junho, Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil. Aqui no Brasil, existe o Fórum de Prevenção e Erradicação do Trabalho infantil que é realizado em Brasília traz consigo a mensagem de que o trabalho infantil não é solução, mas sim um enorme problema, como afirma o coordenador do Fórum Maurício Correia de Melo.
É mais que óbvio que a impossibilidade de freqüentar uma instituição de ensino realmente gera uma marginalização direcionada às crianças e adolescentes, porém não podemos negar o fato de que vivemos em uma sociedade multiplamente dotada de preconceitos e em um país subdesenvolvido, no qual nunca existiu uma política voltada para o desenvolvimento social. Avaliar o efeito de causa e conseqüência é essencial para entendermos o porquê do tão elevado índice de trabalho durante a infância e adolescência, não só para o conhecimento teórico, mas também para uma prática de efetiva mudança. A sociedade sem sombra de dúvidas tem que se posicionar de forma mais contundente diante das autoridades, para que possam fazer valer os direitos e deveres todos, afinal democracia não rima com marginalização.


Referências Bibliográficas
* Duarte, Maria Amélia Bracks. Um estatuto na berlinda (Procuradora do trabalho em Minas Gerais), 2002.
* Colucci, Viviane. Discurso de abertura do Seminário Estadual sobre trabalho Infanto-Juvenil, 2001.
* Neto, Xisto Tiago de Medeiros. A crueldade do trabalho infantil. Jornal Opinião( Rio Grande do Norte), 21.10 2000.
* Mello, Maurício Correia. 12 de Junho, dia mundial de combate ao trabalho infantil, 2001.
Hubermam, Leo. A história da riqueza do homem. Editora Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 2000.
*- Artigos publicados e disponíveis no site do Ministério do Trabalho.