sexta-feira, março 10, 2006

Globalização em foco



Rodrigo Marques

Analisar a cultura como um elemento mercadológico, que perpassa a lógica da globalização, é vislumbrar novas formas de estruturação econômica e de valores sociais. David Harley no livro "A arte de lucrar: globalização, monopólio e exploração da cultura", evidencia os produtos e eventos culturais como veículos de propagação da lógica capitalista.

Ao propor essa dialética, a qual envolve as atividades culturais como mercadorias comuns, Harley relata um processo de mudança no fazer artístico na década de 60: “a pacificação e profissionalização diminuíram acentuadamente a agitação política”, tudo isso, segundo o autor, repercutiu em uma falta de exame crítico. Era essa auto-avaliação discutia relações entre cultura, capital e alternativas socialistas que são úteis para mobilizar uma política revolucionária e incentivava a existência de uma arte mais radical.

ESTRATÉGIAS - David Harley também aborda que a globalização vem diminuindo as proteções monopólicas existentes, fazendo com que os rendimentos monopólicos por conseguinte sejam reduzidos. Mas esse fato não repercute em um caso fechado, pelo contrário, pois muitas são as estratégias das empresas para promover o aumento das suas rendas como, por exemplo, a aglomeração dessas empresas como uma forma de dominar mercados. Outra forma ressaltada por Harley é a busca por meios de Leis Comerciais para garantir monopólios, no qual se instalariam as patentes e o direito de propriedade intelectual.

PARADOXO - Apesar de a globalização abranger aspectos que fogem aos locais, é justamente o interesse na inovação e na releitura de tradições locais, que tem repercutido em uma nova forma de promover um tipo de desenvolvimento urbano e regional a fim de atender a interesses globais. Tudo isso vem desenvolvido pelo empresarialismo urbano, que ao trazer a dialética espaço-lugar, cria o que David Harley chama de “sinergia suficiente dentro do processo de urbanização para que rendimentos monopólicos sejam criados e arrecadados tanto por interesses privados quanto por poderes estatais”.
O interesse em sempre buscar valores como a singularidade e autenticidade, dentre outros, cria no contexto cultural um ambiente favorável à existência de um universo simbólico, o qual está sempre voltado à valores locais específicos e representando possíveis ações a políticas. Dessa forma, o rendimento monopólico acaba desencadeando um ciclo, no qual elementos locais são convertidos em globais para atrair a interesses de uma minoria.

2 comentários:

Anônimo disse...

Estávamos pprrecisando msm de um blog mais conceitual como este! Parabéns!
fuizz!

Anônimo disse...

Oiii meninos. Nós do Xaxim /Júlia, eu e Saraum estamos parabenizando vocês pelo blog. Realmente estamos fazendo sobre o mesmo assunto mais o enfoque está diferente o que nos dá possibilidade de termos dois blogs sobre política.
=]
Gostei do texto da globalização.
Vamos fazer um link.
Boa Idéia. hein?
Beijocasss
=***