quarta-feira, março 24, 2010

O conceito de Opinião Pública

O ano de 2010 está passando realmente muito rápido. Quando dou por mim, percebo que já se passaram três semanas sem nenhuma postagem nova e logo me bate a vontade de recuperar o tempo perdido e prestigiar todos vocês, queridos leitores e seguidores do Politinia.

Demorei um pouco para saber sobre o que versaria o meu novo post, mas há algum tempo que pretendia falar de um assunto e achei a semana oportuna. Nos tempos de faculdade (até parece que faz décadas...) e agora no MBA que estou cursando, tive a oportunidade de estudar um conceito que acho de fundamental importância para toda a sociedade, mas que ela muitas vezes o utiliza de uma forma errada. A pergunta de hoje é: O que seria Opinião Pública?

É comum achar que este conceito tem a ver com a opinião da sociedade acerca de um determinado tema. Não é bem por aí. As opiniões que temos sobre determinados fatos, sempre influenciadas pelo nosso conhecimento de causa, experiências de vida, ou mesmo pelo meio social no qual estamos inseridos, é o que chamamos de OPINIÃO DO PÚBLICO.

A Opinião Pública é algo diferente. Trata-se de um fenômeno, uma espécie de onda que se forma e depois se desfaz. Esta onda à qual me refiro traz consigo um determinado assunto, que ganha proporções muito grandes e que atinge diferentes grupos sociais da sociedade.

Todo mundo sabe que em mesas de bar, salões de beleza, roda de amigos e etc., sempre há algum assunto que é debatido fervorosamente, mas que com um certo tempo perde força, dando lugar a outros.

Nesta semana o assunto principal que tem repercutido como um fenômeno de Opinião Pública tem sido o julgamento do casal Nardoni, principais suspeitos pela morte da menina Isabella Nardoni, que aconteceu há quase 2 anos. Percebo nos diversos ambientes que frequento a presença de opiniões e conversas sobre este episódio, que vem sendo fortemente debatido na mídia. Daqui a um mês, ninguém mais falará neste assunto.

No entanto, o fenômeno da Opinião Pública pode funcionar sim como um agente modificador das leis e que conduz a sociedade para um caminho diferente. Foi o que aconteceu no julgamento sobre a morte de Daniella Perez, filha da autora Glória Perez, barbaramente assassinada em 1992. Glória, através de uma forte mobilização social, conseguiu mudar a Lei de Crimes Hediondos.

É a própria mídia que funciona como um elemento propulsor da grande maioria dos assuntos sobre os quais discutimos no nosso cotidiano. Somos pautados por ela e não tem jeito. A velocidade que a internet trouxe para as informações também nos torna mais munidos para saber cada vez mais sobre o que quisermos.

O Politinia é um reflexo dos fenômenos de Opinião Pública. Procuro sempre trazer para o debate assuntos que percebo que podem ser discutidos e assim tomarem um rumo muito maior do que a “onda”, que muitas vezes é superficial. É daí que surge a conscientização.

Semana que vem temos final do BBB 10, depois vem a Copa do Mundo, Eleições, e assim sempre a onda da Opinião Pública vem e nos arrebata. Espero ter esclarecido a confusão que às vezes se estabelece sobre este conceito, que se faz tão presente nas nossas vidas. Sempre surfamos nela, mas em alguns casos vale a pena estarmos de olhos abertos para irmos além e nunca tomarmos um “caldo”. Até mais!

Agradecimentos: Professores Eliezer Cruz e José Carlos Peixoto

Blogs interessantes

Olá, queridos!

Antes de atualizar o Politinia com um novo post, gostaria de deixar aqui os links de dois blogs muito inteligentes e que interessa a todos nós. O primeiro é de uma grande mestre e amigo dos tempos de faculdade, José Carlos Peixoto. O segundo blog trata de finanças pessoais e nos ajuda a saber como melhor mexer com o nosso dinheiro. É de um outro grande amigo chamado Rocpáurio Alfredo. Seguem os links:

www.textosaovento.blogspot.com

www.cadeodinheiro.blogspot.com

BOA LEITURA!

segunda-feira, março 01, 2010

Tratando de trote


Ontem, assisti a uma reportagem que me chamou muita atenção e por isso achei interessante trazer essa discussão aqui para o nosso Politinia. Na edição desta semana do Fantástico, uma matéria mostrou trotes realizados por alunos de medicina em universidades espalhadas pelo interior de São Paulo.

Não sei se essa é uma prática recorrente, mas como o meu blog é muito visitado por jovens, achei por bem colocar o meu ponto de vista acerca desse assunto.

Entrei na faculdade aos 17 anos e confesso que realmente é fato que um mundo se abre no primeiro dia em que sentamos naquelas cadeiras. Começamos ali a projetar o que pretendemos ser, não só enquanto profissionais, mas como pessoas também.

O cotidiano do mundo acadêmico me possibilitou um amadurecimento muito grande, através das pessoas maravilhosas que conheci (professores e amigos) e também pelas oportunidades de conhecer diferentes universos de estudo. Anos inesquecíveis.

Não vivenciei nenhum tipo de trote. Até acho divertida quando as boas vindas são dadas com brincadeiras saudáveis, ou mesmo com algum tipo de ação social em prol de pessoas carentes.

O que eu vi ontem foi uma cena de horror, onde veteranos e calouros protagonizavam um espetáculo dos mais idiotas possíveis. Particularmente acho que ambos estão culpados. Os mais velhos pela iniciativa em tomar certas atitudes e os recém-chegados por serem coniventes com toda aquela sequência de absurdos.

Esfregar carne podre na cara do outro, arremessar objetos em direção, obrigar a andar abaixado no meio da rua, agredir fisicamente com tapas e afins, são atitudes que nos fazem repensar até que ponto certas pessoas chegam e se submetem para fazer parte de grupos.

Os veteranos utilizam o discurso de que haverá retaliação caso os calouros não façam o que eles pedem. Em uma das cenas, jovens pediam dinheiro nos sinais de trânsito para comprar bebidas alcoólicas para a festa daqueles que estão prestes a se formarem médicos. Patético.

Cada dia vejo que falta mais autenticidade às pessoas. Fazer parte de grupos, tribos e como é que se queira chamar é uma maneira de se colocar dentro da sociedade e poder compartilhar ideias e ideais em comum. O que eu venho percebendo é que em nome de fazer parte de certos contextos, cada vez mais certos jovens têm deixado de lado a sua individualidade para ser um personagem, com uma ideologia que mais parece uma configuração programada de um computador.

Lembro que eu sofria uma espécie de preconceito ou exclusão por não gostar de uma determinada banda, música, programa de tv, livro, ou coisa do tipo. Pelo visto as coisas só pioraram.

Acredito que os jovens têm que começar a pensar o que é melhor pra si, sem se importar muito com o que os outros vão pensar, tudo dentro de um certo limite é claro.

Submeter-se a situações ridículas como as mostradas nos trotes em São Paulo é se colocar em uma posição de inferioridade, na qual a autenticidade dá lugar a algo que muitas vezes nem gostamos de ser, mas que nos faz ser aceitos dentro de um determinado meio.

Falta limite e principalmente atitude para assumirmos o que somos. Espero que possamos nos olhar melhor no espelho e entendermos que para sermos melhores não precisamos ser alguém que não queremos ser. Não é fácil, mas vale a pena. Até mais!