quinta-feira, abril 13, 2006

Imprensa cidadã?


Rodrigo Marques

Muitas vezes damos de cara com situações que põe em jogo a real função da imprensa. Tratar do interesse público e procurar alcançar sempre a objetividade são perspectivas que sempre são debatidas ao se falar do trabalho jornalístico. Infelizmente, os interesses particulares dos donos desses veículos de comunicação, em parceria com toda a lógica mercadológica que envolve a mídia hoje em dia, vêm fazendo com que as metas na rotina jornalística sejam desviadas.
Tivemos dois bons exemplos nesses últimos tempos. A quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa, feito de forma ilegal pelo presidente da Caixa, divulgado pela revista época e o diálogo entre Suzane Von Richthofen e seu advogado flagrado pelo microfone que estava ligado,durante a reportagem exibida pela rede globo, mostram uma tendência de tornar tudo em espetáculo.
O que acaba acontecendo é a colocação do direito à informação, inerente à qualquer cidadão, em segundo plano. Buscar audiência a qualquer custo, emitindo juízos de valor e até mesmo em ações que caberiam à outras instâncias, como a judicial, revela uma postura equivocada por parte da imprensa, que fere a cidadania. Como não temos um público crítico e atuante na relação com os meios de comunicação e juntando a isso o fato de que somos reféns desse Estado que nada faz pra melhorar os aspectos sócio-econômicos e culturais, acabamos absorvendo essas atitudes da imprensa como uma verdade absoluta. Acho que precisamos acordar.

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