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A pequena reforma eleitoral, que basicamente tenta colocar a internet como um mais um veículo de propaganda a partir das eleições de 2010, traz à tona uma importante discussão acerca da relevância que a rede mundial de computadores passou a ter dentro do cenário político.
A avalanche de portais de vereadores, deputados, câmaras e políticos de uma maneira geral é apenas uma das faces dessa onda tecnológica. Uma outra ferramenta que vem crescendo muito, cada vez mais se configurando como uma fonte de informação, tem sido o Twitter, ao qual resolvi aderir para também divulgar este blog. Neste microblog, como é conhecido, personalidades importantes ou com uma repercussão de mídia deixam pequenas frases que poderm ser lidas por aqueles que os seguem. A possibilidade de interação que o Twitter oferece tem contribuído de forma interessante para uma tentativa de aproximar alguns políticos da parcela da sociedade que usufrui da net.
Muitas vezes a liberdade que a internet oferece dá margens a duras críticas, devido às dificuldades em colocar limites e selecionar o que de fato pode ser bom ou ruim. Os políticos cada vez mais se colocam como difusores de informação, que gradativamente vêm precisando menos da mídia como um intermediário na relação com a sociedade e conseguem de forma direta alcançar um público considerável e fundamental na formação da opinião pública. Esse é o ponto em que gostaria de chegar.
Toda a facilidade de obtenção de informações para quem navega na net tem que ser ponderada, assim como também temos que abrir os olhos para o que recebemos dos meios de comunicação. Toda informação é cercada de algum tipo de interesse e o filtro que devemos ter é algo inerente à leitura.
A possibilidade de termos a internet como mais um campo de publicidade na campanha política é muito interessante, mas podemos ir muito além. Creio que se inicia aí uma tentativa real de discussão entre sociedade e candidatos sobre propostas e acho que esse é o caminho. A web tem essa capacidade de interação é acredito muito na força dessa palavra na gradual melhora do cenário político.
Teremos a possibilidade de acompanhar, debater, criticar e interagir. A campanha de Barack Obama foi um exemplo claro dessa interação, que além do marketing político intríseco, também possibilitou um conhecimento profundo sobre o candidato e um debate de ideias que acabou por eleger o atual presidente americano.
O Brasil está entre os 60 países mais conectados à rede mundial de computadores. Acho que esse fato se consolida como um termômetro interessante no que se refere à possibilidade de termos uma campanha mais embasada em discussões e com a chance de mudarmos, mesmo que de forma gradual, a realidade política do país. Sou um otimista por natureza e um admirador incondicional da internet. Acho que esse é um dos caminhos que podem fortalecer a democracia e contribuir para que a palavra representante deixe de ter aspas.