quarta-feira, outubro 21, 2009

Um pedido de todos nós!


Como é que eu faço pra começar esse post? Há tantas coisas pra dizer, mas confesso que está difícil definir o caminho. Quando em 2006 resolvi montar esse blog para falar de política e de cidadania, tinha em mente que traria discussões mais leves e outras que mexeriam comigo e com os meus possíveis futuros “seguidores” – adoro essa terminologia. Procuro sempre trazer coisas do cotidiano que de certa forma mexem comigo para que eu possa deixar minha humilde opinião. Vamos ao que interessa.

Há pouco menos de um mês, decidi assistir ao filme Salve Geral, candidato brasileiro ao oscar de melhor filme estrangeiro, dirigido por Sérgio Rezende e estrelado pela versátil Andréa Beltrão. O enredo é baseado na história de uma mãe que vê seu filho ser preso após ter se envolvido em uma briga que resultou em um homicídio. Lúcia, a personagem de Beltrão, que passa por sérias dificuldades financeiras, acaba se envolvendo com o PCC (Primeiro Comando da Capital), uma organização comandada por detentos, que possui uma estrutura organizada montada fora dos presídios e que na época, em troca de certos favores vindos do Estado, mostrou sua força com ações que aterrorizaram a cidade de São Paulo.

Lúcia, que é advogada, mas sobrevive das poucas aulas de piano que dava, encontra no PCC uma fonte de renda e um meio de manter seu filho, Rafael, em uma posição mais confortável dentro do presídio. Essa construção de um personagem que duela entre a lei e o crime reflete de maneira muito interessante o que somos hoje. Sempre queremos arranjar um meio de nos beneficiar. É o mundo capitalista.



O realismo que o diretor Sérgio Rezende imprimiu no filme mexeu com minha cabeça e confesso que no caminho de volta do cinema fiquei com medo de sofrer algum tipo de atentado, como aqueles que fizeram São Paulo parar em maio de 2006.
Já falei da violência aqui no Politinia, mas uma nuance que me impressionou no filme foi o poder de organização que o crime tem hoje. A capacidade de comprar armas, de exercer influência e de se comunicar faz com que se constitua um verdadeiro poder paralelo, que já se alastrou por todo país.

Uma prova clara desse poder do crime organizado que chamou atenção da opinião pública foi justamente a ação dos traficantes do Morro do Macaco – RJ, que atingiram um helicóptero da PM, resultando na morte de dois policiais.

Quando me deparei com a manchete sobre esse fato, confesso que achei que estava lendo uma cena daquelas de ação de Hollywood, mas é a nossa triste realidade. Solução? Não vejo nada que possa resolver isso em um curto prazo. Todos nós sabemos que muitas vezes os representantes das leis têm uma relação direta e de condescendência com tudo isso. Resta pedir a uma força maior que nos SALVE e que isso seja GERAL!

Um comentário:

Sunshine disse...

Ao filme vou declinar os comentários, por ainda não o ter visto. Imagino que seja muito bom. O cinema nacional vem com uma retomada muito boa, jovens diretores sóbrios. Nosso talento é inegável, não precisamos de estatuetas douradas para denotar isso, aqui se faz filmes muito bons, com orçamentos rídiculos e ainda com uma destribuição péssima -para alguns- lamentávelmente. Quanto deplorável de violência, a população está farta de tudo isso. Ninguém aguenta mais ligar a tv e ver o sangue jorrar. Solução? Não sei, não sou especialista, talvez a solução pra desmontar o tráfico seja liberar geral, quem sabe acabando com a proibição se acabe com a curiosidade de experimentar o que não é permitido. O tema é polêmico.