sexta-feira, outubro 22, 2010

Voto obrigatório: Dê a ideia!



O tempo realmente está voando. Mal passamos do primeiro turno, onde elegemos governadores, senadores e deputados e já estamos a dez dias de eleger o nosso próximo presidente.

Meu trabalho na campanha política de 2010 foi muito interessante. Conheci candidatos de todos os perfis possíveis. Gente que não tinha nenhum tipo de projeto e cidadãos prontos para deferenderem causas realmente interessantes para a maioria. Não preciso nem dizer o que ocorreu com os que tinham algo bom a oferecer.

Tenho pensado muito na questão da obrigatoriedade do voto. Não tenho muito embasamento para fundamentar um ponto de vista consolidado, mas acho que no nosso país a quantidade do voto pesa muito em detrimento da qualidade do mesmo.

No dia da votação foi impressionante perceber como grande parte das pessoas não tinham a mínima ideia sobre em quem votar. Não é à toa que todos vimos rios de papéis pelas ruas. O que valia era digitar logo qualquer número e voltar pra curtir o domingão de sol que estava fazendo.

Acho que o voto deve ser algo feito a partir de algum tipo de convicção. Dessa forma, teríamos um eleitorado mais crítico, mesmo que este não fosse massivo. Votar e esquecer em quem votou no dia seguinte é uma realidade que não contribui em nada para que possamos amadurecer a democracia no Brasil.

A não obrigatoriedade do voto também poderia ajudar o eleitorado a ter uma campanha mais embasada em propostas. A qualidade do candidato seria algo a ser priorizado. É ridículo ver uma processo eleitoral cercado por denúncias e factóides, os quais só servem para tirar o foco sobre o que os postulantes têm realmente a oferecer. Continuamos no picadeiro do circo que eu citei no post anterior.

Dia 31 vamos escolher o nosso novo presidente. Dilma e Serra têm oferecido muito pouco à sociedade em termos de propostas. São tantas notícias de acusação de um contra o outro que já perdermos as contas. Tudo funcionando pela lógica do denuncismo para tentar mudar os números das pesquisas.

Todos já estamos saturados disso tudo e querendo muito que chegue logo a hora de fechar esse ciclo. Acredito que o país está passando por um momento muito especial e que os próximos anos serão de muita estabilidade. Torço para que mais empregos sejam gerados, que a educação comece a entrar em um bom caminho e que a segurança pública se consolide, principalmente nos grandes centros.

Como vocês já sabem, sou um otimista nato. Acho que votar com cosnciência é o melhor caminho para que tudo comece a dar certo de verdade. A obrigatoriedade do voto faz com que muitas pessoas votem por "protesto" e acabem elegendo os mesmos que nos fazem desacreditar na política, ou mesmo outros que não passam de fenômenos de votação e que pouco terão a acrescentar.

O nosso POLITINIA sempre estará por aqui para que possamos pensar na política e na cidadania como aspectos fundamentais para sermos uma nação melhor.

Gostaria muito de saber quais são as opiniões de vocês sobre a obrigatoriedade do voto. Não deixem de comentar.

Até mais!

2 comentários:

Everton de Figueiredo disse...

Há, pois, contradição no fato da obrigatoriedade do voto nesta sociedade regida pela Democracia, entretanto a inserção do voto facultativo deve vir associada de grandes investimento em políticas sociais e Educação, esta última, infelizmente, muito carente neste país chamado Brasil! Vote consciente!

Mariana Amorim disse...

Esta questão sobre a obrigatoriedade do voto é realmente complicada. Tenho 16 anos e mesmo não sendo obrigada ainda a cumprir esse dever, escolhi, por me identificar com assuntos relacionados à política, votar este ano.
A experiência de votar foi, para mim, realmente muito emocionante apesar da espera que parecia infinda. Por outro lado, o descaso de boa parte das pessoas que estavam lá quanto ao futuro do país foi traumatizante.
Eu também sou uma otimista nata, logo, nessas horas fico triste com tamanha falta de consciência da população.
Concordo com Everton Figueiredo. Medidas socioeducativas teriam que vim no pacote da inserção do voto facultativo.
Tenho certeza que o hábito da comodidade de muitos deixaria minha sessão vazia se o voto passasse a ser facultativo e a mente do brasileiro continuasse estagnada.
Não encarar uma fila quilométrica não é nada mau. Mas esperar seres pensantes (como eu) decidirem o futuro de minha nação seria com certeza muito mais prazeroso.