terça-feira, setembro 06, 2011

Os donos das ruas




Há momentos em que se a gente deixar passar um pouco de tempo, a vontade de escrever passa. Isso acontece muito comigo em relação ao Politinia. Hoje quis ser diferente e tenho um bom motivo pra isso. Já há algum tempo venho me chateando com uma situação corriqueira que vivencio em Salvador e diante disso resolvi me posicionar sobre o assunto.


Nem tive tempo pra pesquisar, pois acabo de chegar em casa e resolvi, antes de qualquer coisa, escrever este post. Quem mora em Salvador, ou vive muito tempo na cidade por questões profissionais, como é o meu caso, nota claramente o aumento do volume de veículos, carros e motos, nos últimos anos. Enfrentar engarrafamentos já é uma prática comum, mas há algo que me deixa ainda mais irritado: os "guardadores de carros", também conhecidos como flanelinhas.


A todo tempo somos abordados por pessoas que se sentem donos das ruas e acham que têm o direito de cobrar pra "olhar" os nossos veículos. Há um sindicato por trás disso e acredito que em certa medida a prefeitura também está envolvida nesse processo. Sei que a forma de sustento de muitas famílias, mas o que quero trazer para discussão é o fato de que se trata de um serviço prestado de uma péssima forma, nos cobrando por algo que não garante nenhum tipo de contrapartida em caso de roubo ou sinistro dos veículos.


Não consigo entender a razão pela qual temos que pagar para deixar o carro na rua. O pior é que muitas vezes a cobrança é feita em tom de ameaça. São pessoas despreparadas, que se acham no direito de cobrar por um serviço prestado em um lugar público, onde tanto ela quanto eu e você temos o mesmo direito: o de ir e vir.


Também não estou aqui para pregar o fim dos guardadores de carros. Pelo contrário. Apenas acredito que há uma saída barata e viável para que essa situação seja resolvida. Quem paga o absurdo que é o IPVA, além das outros impostos, merece mais respeito. Quando falo em apontar saídas, me refiro à possibilidade de capacitar esses trabalhadores e dar uma condição digna de trabalho, oferecendo cursos profissionalizantes e em contrapartida um salário fixo para que eles sejam uma espécie de monitores, ou seja, pessoas que podem ajudar ao invés de intimidar.


A situação é tão absurda que eu já recebi uma proposta para pagar uma mensalidade a um guardador, a fim de que ele reserve uma vaga pra mim na rua onde trabalho. Falamos tanto dos pedágios, mas estamos esquecendo que estamos sendo vítimas de uma realidade lamentável.


Sei que seria muita audácia da minha parte lançar uma campanha diante de um tema tão polêmico, mas vou fazer o possível para que esse texto seja lido por um número grande de pessoas que possam compartilhar o que foi discutido aqui. Tomara que algum deputado baiano ou vereador da capital leia esse post e pense em fazer algo nesse sentido.


Escreverei mais sobre o tema. Vou procurar me embasar mais.


Você também está indignado com esta situação? Deixe seu comentário sobre o assunto!



Até mais!


Nenhum comentário: