sábado, julho 25, 2009

Uma manobra de consciência


Hoje me deu vontade de falar de um assunto que me incomoda muito, mas que nunca foi tema de nenhum post aqui no Politinia: O trânsito. Todo mundo sabe dos altos índices de acidentes provocados pela irresponsabilidade de muitos motoristas, pela péssima condição que as estradas brasileiras se encontram, dentre outros motivos. O que gostaria de expor nesse momento é uma outra sensação que tenho tido de uma maneira muito forte sempre que estou ao volante.
Noto há um certo tempo como as pessoas transferem a individualidade, a falta de respeito e compaixão quando estão transitando em seus veículos. O desrespeito às leis de trânsito não é fruto do desconhecimento da legislação, mas sim da necessidade que as pessoas de uma maneira geral, hoje em dia, de passar por cima dos direitos dos outros em nome dos seus próprios interesses.
Criticamos tanto a falta de ética dos políticos, mas esquecemos de exercer pequenas atitudes que podem contribuir de forma significativa para a preservação de muitas vidas. Precisamos aprender de fato aquela máxima que diz: " O seu direito acaba onde começa o do outro" e o trânsito é um primeiro passo nesse sentido.
A indústria de multas, a lei seca, os buracos, as ultrapassagens perigosas, os assaltos, as campanhas de conscientização e outros ingredientes fazem parte do cenário atual do trânsito brasileiro. A prova maior de que estamos em um momento desvirtuado no que se refere à necessidade de respeitarmos certos parâmetros é o argumento de que o cidadão tem que "sentir no bolso pra aprender".
Há dois anos fui vítima de um grave adidente, causado por um bêbado descontrolado que vinha na contramão. De lá pra cá pude entender e notar de uma forma mais clara esse descaso e como a falta de amor ao próximo é refletida em todos os âmbitos da sociedade hoje. A necessidade de sempre passar por cima do outro, a pressa, a desumanidade montam esse triste mosaico.
Acredito que mudar essa situação vai muito além de simplesmente obedecer ao código de trânsito. É preciso uma mudança de dentro pra fora. Uma faxina nas atitudes egoístas e impensadas que colocam a vida de muitas pessoas em risco. Todos estamos expostos e vale a pensar nisso. Hoje o trânsito reflete o que somos e confesso que essa imagem não é das melhores.
Até mais!

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